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Ogum Xoroquê

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Ogum Xoroquê sem dúvidas é dentro do Povo de Ogum a entidade que mais chama atenção, por ser dúbia, ter dois lados, um lado ser Ogum e do outro ser Exu. Esta forma quer dizer não que o orixá tem duas faces e sim que trabalha em dois pólos energéticos tanto positivo como negativo.


Divindade masculina figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pela Umbanda, onde é muito popular.

Tem sincretismo com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.
A relação de Ogum com os militares (é considerado o protetor de todos os guerreiros) tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo ioruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou.

Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.

Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.

Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta. Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.

Segundo as pesquisas de Monique Augras, na África, Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, tatuadores, e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.

Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.

É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.

Tem, junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual. Tal como Exu, Ogum também gosta de vir à frente. A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nesses momentos.

É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: Exu (a magia) e Ogum (a guerra); segundo Pierre Verger. Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas .

Ogum gosta do preto no branco, dos assuntos definidos em rápidas palavras, de falar diretamente a verdade sem ter de preocupar-se em adaptar seu discurso para cada pessoa.

Ogum gosta de dormir no chão, precisa que o corpo entre em contato sempre direto com a natureza e dispensa roupas elaboradas e caras, que possam ser complicadas de vestir ou que exijam muito espaço na mochila. Não tem compromisso com ninguém, nem com seus próprios objetos.

A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente. Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.



Lenda de Ogum Xoroquê



A Lenda de Ogum Xoroquê também cultuado em casas de Candomblé conta que uma vez ao voltar de uma caçada não encontrou vinho de palma (ele devia estar com muita sede), e zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroquê (gritou Ferozmente ou cortou cruelmente do alto da montanha ou monte), cobrindo-se de sangue e fogo e vestiu-se somente com o mariwo, esse Ogum furioso chamado agora de Xoroquê, foi para longe para outros reinos, para as terras dos Ibos, para o Daomé, ate para o lado dos Ashantis, sempre furioso, Guerreando, lutando, invadindo e conquistando. 

Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensar tratar-se de Exú zangado por não ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se transformado num Exu (talvez seja por isso que chegue a ser tratado como sendo metade exu por muitos do candomblé). Antes que ele chegasse a Ire, um Oluwo que vivia lá recomendou aos habitantes que oferecessem a Xoroquê, um Aja (cachorro), Exu (inhame), e muito vinho de palma, também recomendou que, com o corpo prostrado ao chão, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu louvor. 

Sendo assim todos fizeram o que lhes havia sido recomendado só que o Rei não seguiu os conselho, e quando Xoroquê chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a população Eles fizeram o recomendado e acalmaram Xoroquê, que se acalmou e se proclamou Rei de Ire sendo assim toda vez que Xoroquê se zanga ele sai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando ate a ser considerado um Exu e quando retorna a Ire volta a sua característica de Ogum guerreiro e vitorioso Rei de Ire. 



Xango Agodô

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Xa
= Senhor, dirigente

Angô= Raio, fogo, alma

Xangô= Senhor do Raio, Senhor das Almas ou Senhor Dirigente das Almas

São Jerônimo – Xângo Agodô = Rei da Cachoeira, Senhor da Justiça, Rei das Pedreiras, dos Raios e Trovões e das Forças da Natureza.

São Pedro – Xângo Agajô = Protetor das Almas que entram no céu.

São João Batista – Xangô Kaô = Protetor dos que sofrem injustiças, Senhor Chefe das Falanges do Oriente. (Ori=Cabeça) Rei da Cachoeira, Senhor da Justiça, Rei das Pedreiras, dos Raios e Trovões e das Forças da Natureza.

Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras.
Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça – representa a autoridade constituída no panteão africano. Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.
Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.
Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.
Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.
Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.
Xangô não contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o deus principal da rica mitologia grega. O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada.
Segundo Pierre Verger, esse símbolo se aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta. Assim como Zeus, é uma divindade ligada à força e à justiça, detendo poderes sobre os raios e trovões, demonstrando nas lendas a seu respeito, uma intensa atividade amorosa.
Outra informação de Pierre Verger especifica que esse Oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado, e lembra, de certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo, demonstrando através dessa prova, que o transe não é simulado.
Xangô portanto, já é adulto o suficiente para não se empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e capaz o suficiente para não servir apenas como consultor.
Outro dado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou os teme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se de sua cabeça e de sua essência, entregando a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.
Deste tipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com o Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros.
Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô.
Xangô teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaidosa e de intensa atividade sexual em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas: Obá, a mais velha e menos amada; Oxum, que era casada com Oxossi e por quem Xangô se apaixona e faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã, que vivia com Ogum e que Xangô raptou.
No aspecto histórico Xangô teria sido o terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian e Torosi, e teria reinado sobre a cidade de Oyó (Nigéria), posto que conseguiu após destronar o próprio meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.
Conta a lenda que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na floresta, sempre acompanhado da fiel Iansã, enforcou-se e ela também. Seu corpo desapareceu debaixo da terra num profundo buraco, do qual saiu uma corrente de ferro – a cadeia das gerações humanas. E ele se transformou num Orixá. No seu aspecto divino, é filho de Oxalá, tendo Iemanjá como mãe.
Xangô também gera o poder da política. É monarca por natureza e chamado pelo termo obá, que significa Rei. No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.
Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo.
Xangô é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Iemanjá. Diz a lenda que ele foi rei de Oyó. Rei poderoso e orgulhoso e teve que enfrentar rivalidades e até brigar com seus irmãos para manter-se no poder.
A finalidade principal desta linha é fazer caridade, implantando a justiça e os sentimentos que lhe são entregues. Sua essência é ígnea, manifesta-se nas montanhas rochosas, pedreiras e energiza a estabilidade constante vibrando na musculatura e na razão.
É cultuado nas montanhas e pedreiras e aceita como oferenda cerveja preta, vinho branco doce, melão, abacaxi, rabada de boi e é firmado com velas brancas e marrons. Simbolizado pela cor marrom e figurativamente pelo desenho de um machado com dois cortes. Irradia justiça e racionalidade, flui resignação, obediência e submissão e seu oposto é Iansã.
Xangô exerce uma influêcia muito forte em seu filho. Todos os Orixás, evidentemente, são justos e transmitem este sentimento aos seus filhos. Entretanto, em Xangô, a Justiça deixa de ser uma virtude, para passar uma obsessão, o que faz de seu filho um sofredor, principalmente porque o parâmetro da Justiça é o seu julgamento e não o da Justiça Divina, quase sempre diferente do nosso, muito terra. Esta análise é muito importante.
O filho de Xangô apresenta um tipo firme, enérgico, seguro e absolutamente austero. Sua fisionomia, mesmo a jovem, apresenta uma velhice precoce, sem lhe tirar, em absoluto, a beleza ou a alegria. Tem comportamento medido. É incapaz de dar um passo maior que a perna e todas as suas atitudes e resoluções baseiam-se na segurança e chão firme que gosta de pisar. É tímido no contato mas assume facilmente o poder do mando. É eterno conselheiro e não gosta de ser contrariado, podendo facilmente sair da serenidade para a violência, mas tudo medido, calculado e esquematizado. Acalma-se com a mesma facilidade quando sua opinião é aceita. Não guarda rancor. A discrição faz de seus vestuários um modelo tradicional.
Quando o filho de Xangô consegue equilibrar o seu senso de Justiça, transferindo o seu próprio julgamento para o Julgamento Divino, cuja sentença não nos é permitido conhecer, torna-se uma pessoa admirável. O medo de cometer injustiças muitas vezes retarda suas decisões, o que, ao contrário de lhe prejudicar, só lhe traz benefícios. O grande defeito dele é julgar os outros. Se aprender a dominar esta característica, torna-se um legítimo representante do Homem Velho, Senhor da Justiça, Rei da Pedreira. Por falar em pedreira, adora colecionar pedras.
Xangô era filho de Oranian, valoroso guerreiro, cujo corpo era branco à esquerda e preto à direita.
Xangô tinha um oxé – machado de duas lâminas; tinha também um saco de couro, pendurado no seu ombro esquerdo. Nele estavam os elementos do seu axé: aquilo que ele engolia para cuspir fogo e amedrontar seus adversários, e as pedras de raio com as quais ele destruia as casas de seus inimigos.
Assim que ficou adulto, Xangô partiu em busca de aventuras gloriosas. O primeiro lugar que Xangô visitou chamava-se Kossô. Ali chegando, todos de Kossô vieram lhe pedir clemência, gritando: “Kabiyesi Xangô, Kawo Kabiyesi Xangô Obá Kossô!” (vamos todos ver e saudar Xangô, o Rei de Kossô!).
Assim ele pôs-se à obra; realizava trabalhos úteis à comunidade e fazia as coisas com alma e dignidade. Mas esta vida calma não convinha à Xangô. Ele adorava as viagens e as aventuras. Assim, partiu novamente e chegou à cidade de Irê, onde morava Ogum.
Ogum o terrível guerreiro; Ogum o poderoso ferreiro. Ogum estava casado com Iansã, senhora dos ventos e tempestades. Ela ajudava Ogum na forja, carregando suas ferramentas e atiçando o fogo com os sopradores. Xangô gostava de ver Ogum trabalhar; vez por outra, ele olhava para Iansã. Iansã também olhava para Xangô.
Xangô era vaidoso e cuidava muito de sua aparência, a ponto de trançar seus cabelos e furar suas orelhas, onde pendurava grandes argolas de ouro. Usava braceletes e colares de contas vermelhas e brancas.
Muito impressionada pela distinção e pelo brilho de Xangô, Iansã foi-se embora com ele tornando-se sua primeira mulher.
São Jerônimo, sincretizado com Xangô no Brasil, nasceu de uma família abastada, provavelmente no ano 331, na cidade de Stridova, entre a Croácia e a Hungria.
Estudou em Roma, especializando-se na arte da oratória.
Como sua juventude fora dedicada à vida mundana, Jerônimo tardou seu batizado e, em carta ao papa, ele vislumbrou para si um batismo de fogo no qual suas máculas seriam queimadas. Após ter copiado dois livros de Santo Hilário, ele decidiu estudar teologia. Mas sua leitura favorita continuava a ser a literatura dos grandes legisladores e oradores, como Cícero.
Aos 43 anos, ele esteve muito doente e permaneceu muito tempo acamado, durante a Quaresma, jejuou e teve visões, vendo-se diante do trono do Senhor.
Resolve dedicar-se a uma vida monástica, isolando-se no deserto de Marônia, na Síria. Livros, penas e nanquim são seus companheiros.
Para combater a pensamentos impuros, pegava uma pedra e batia em seu peito, punindo-se, logo após voltava a escrever em hebraico, onde se tornou mestre nessa língua.
O sincretismo entre Xangô e São Jerônimo está no temperamento forte, crítico e na medida que ambos são conhecedores de leis e mandamentos. Xangô tem como lugar as pedreiras.
Sua imagem é representada por um ancião sentado sobre as pedras, segurando a tábua dos 10 Mandamentos e com um leão ao lado.
Xangô tem sua falange também, o mais conhecido é Xangô Kaô.

INCORPORAÇÃO

Na incorporação de Xangô podemos ver o médium curvado, como uma pessoa idosa e com os braços cruzados sobre o peito, batendo firmemente, assim como S. Jerônimo fazia com as pedras em seu peito para afastar os males da carne e a tentação do espírito

O GRANDE AMOROSO

Xangô é um deus cotidiano e, portanto, itifálico. De início, vêmo-lo como divindade hermafrodita. Muitas efígies suas na África – imagens de madeira, tendo no alto da cabeça, destacado, o machado bifronte – mostram, também em destaque, os seios volumosos. E mesmo no Brasil, no sincretismo católico, Xangô é às vezes identificado com Santa Bárbara. Aos poucos, porém, ele vai se afirmando em sua orgulhosa virilidade. Altivo e dominador, elegante e cheio de sedução, usa cabelos encaracolados, brincos de argolas metálicas, colares e pulseiras.
Numa lenda contada por João do Rio, andava Xangô pelas aldeias, de tribo em tribo, apoderando-se das mulheres alheias. Encontrando a velha Olobá, Xangõ agarrou-a à força e depois foi com ela viver, numa cama feita de olentes folhas de manjericão. Até que, cansado da velha, Xangô fugiu. Mas Olobá pertencia à família dos orixás, era avó de Oxun. Por isso Xangô teve de enfrentar perigos incontáveis – um inimigo em cada canto, uma guerra em cada tribo, uma serpente em cada moita. Refugiou-se, por fim, no palácio da rainha Oxum, comparedes de cristal líquido e colossais repuxos de cores estranhas. Após inúmeras peripécias, Xangô consegue livrar-se dos seus inimigos e da velha Olobá.
Triunfalmente, ele se atira nos braços da rainha. “Uma nuvem gigantesca encheu os céus, as árvores partiram-se e, ao clangor dos trovões, toda a terra se embebeu sequiosa no temporal”. Do enlace de Xangô e Oxum nasce a chuva benfazeja.

HETEROMORFIA E SINCRETISMO

Xangô é identificado com São Jerônimo, o erudito doutor da Igreja latina e, excepcionalmente, com Santa Bárbara.
No cancomblé, usa saiote e calça, coroa de cobre, metal precioso em Iorubá, braceletes e colares de cauris ou búzios.
Xangô-Airá, velho e alquebrado, veste-se de branco com barras vermelhas. Não come aceite, pois tem pacto com Oxalá. Identificado com SãoPedro. Forma cada vez mais rara nos candomblés.
Xangô de Ouro, um adolescente vestido de cores variadas, é São João Menino. Não “desce” mais, porque deixaram de ser encontradas as ervas necessárias, nos ritos de iniciação, para a “entrada na cabeça” desse orixá. Um Xangô banido pela destruição ecológica.
Xangô Ogodô dança com um ochê em cada mão e o próprio nome é referência ao machado duplo, pois ogodô significa “que corta dos dois lados”.
Em Recife cultuam dois Xangôs principais: Xangô-Velho, identificado com São Jerônimo, cuja festa é a 30 de setembro, e Xangô-Moço (Ani-Xangô), sincretizado com Saõ João e celebrado a 24 de junho. Dos seus símbolos e insígnias, o machado duplo ou “muleta” e o pilão são conservados no peji, de onde podem sair em determinados rituais. Jamais é retirado, no entanto, o”corisco” ou itá ou otá (pedra-do-raio), que permanece guardado num alguidar (oberá). Xangô é tão popular em Pernambuco, que o nome passou a designar terreiros e, ainda mais extensamente, todas as seitas afro-brasileiras.
Entre as várias formas de Xangô citam Xangô Dadá, em Porto Alegre identificado com São João Batista e que no seu dia, 24 de junho, não “baixa” porque, com a queima de fogos que o festejam, ele iria incendiar o mundo.
Na realidade, Dadá é o irmão mais velho de Xangô, que abdicou em seu favor, quando de Oyá. Dadá dança coroado com o adé-de-banhami ou corão de Dadá, um capacete vermelho, todo ornamentado de cauris e de cujas bordas pendem fios também cobertos de búzios. Quando Dadá se manifesta num candomblé, logo baixo um Xangô, que tira o adé-de-banhami e coloca na própria cabeça. Após dançar algum tempo com essa coroa de Dadá, Xangô acaba por devolvê-la, num símbolo da restituição, após sete anos, do reino de Oyó, que estava em poder de Xangô.
Xangô o Zeus iorubano é conhecido também (dependendo da nação) como : Xangô (nagôs), Sobô, Sogbo (jejes), Badé, Quevioçô (fanti-ashanti), Conucon (tapa), Abaçucá (agrôno), Zaze, Cambãranguange ou Kubuco (bantos). Ele foi marido de três iyabás que foram rios africanos: Oiá (Niger), Oxun e Obá. (segundo Pierre Fatumbi Verger) – no livro Orixás.
Sua saudação – Kaô kabiecí! – significa “Venham ver o Rei!”
Xangô dança brandindo seu machado duplo e, quando o ritmo se acelera, faz o gesto de atirar pedras-do-raio imaginárias, tiradas do labá, uma bolsa decorada que ele leva a tiracolo.
Numa festa de Xangô, por vezes, os que estão possuídos pelo Orixá ingerem pedaços de algodão embebidos em azeite-de-dendê, que se incendeia, proeza que presenciamos algumas vezes no terreiro do pai-de-santo Júlio Estaves, em Olinda,RJ (Conta Pierre Verger, no livro citado). Esse algodão incandescente – o acará – serve para provar que o Orixá está presente e, portanto, não há simulação.

XANGÔ RECONDUZ OXALUFÃ AO REINO DE OXAGUIÃ

Mito famoso é aquele em que Oxalufã (Oxalufã, é o Oxalá velho) vai ao reino de Oyó, em visita a Xangô. Confundido com um ladrão pelos súditos do rei, Oxalá velho tem as pernas e os braços quebrados, permanecendo sete anos na prisão. Sobrevêm por isso várias desgraças, que levam Xangô a descobrir a causa e reparar a injustiça cometida. Xangô carrega Oxalufã até o seu reino de Infá, de onde partira sete anos atrás.
Esse mito etiológico explica a origem do odô e o porquê das duas cores de Xangô: além do vermelho, como senhor do fogo, recebeu também o branco, como recompensa por haver carregado Oxalufã, o Oxalá velho, orixá da alvura e da pureza.

O OBÔ – milho branco cozido, sem sal, a que algumas tribos africanas juntam limo-da-costa (ouri) – o Obô foi o prato de sustentação no banquete de Oxaguiã, festejando o regresso do seu velho pai, Oxaguiã. E é no pilão de Xangô (odô) que é triturado esse milho ritual, na cerimônia das águas de Oxalá.

EDUN ARÁ, A PEDRA-DO-RAIO

As pedras-do-raio – edun ará dos iorubanos – são fetiches de Xangô, imantados com a força da divindade.
Acredita-se que essa pedra-do-raio, também chamada pedra-de-santa-bárbara, cai do céu durante as tempestades, conduzida pelas faíscas elétricas, penetrando no chão a uma profundidade de sete braças e só subindo à superfície após sete anos.
Quem consegue encontrar uma dessas pedras terá em mãos talismã dos mais valiosos, que proporciona todas as venturas.
As pedras-do-raio são, na realidade, achados arquológicos da era neolítica – machados, martelos e fragmentos de artefatos de pedra polida, aos quais se atribuía uma origem meteorológica.
Divindade dos meteoritos, na litolatria de Xangô, observou Nina Rodrigues, “se confendem os casos de adoração dos penhacos e grandes pedras dos campos e estradas”.

XANGÔ, O ZEUS YORUBANO(Nota: Série de Palestras feitas pela Astróloga Maria Luiza Andrade)

XANGÔ é o senhor da justiça e lançador de raios e meteoritos, tal como ZEUS ou JÚPITER.
O símbolo a ele associado é o de dois martelos (os juizes na sociedade ocidental, também usam o martelo nas suas decisões, no tribunal), que mostram seu poder de determinar o que é certo e o que é errado e sua disposição inabalavelmente imparcial, visando, acima de tudo, a verdade. É uma figura sólida, tanto por esse papel como pelo elemento que a ele é associado: a pedra. Também a ele pertencem os raios, que, segundo as lendas, só atingem os que forem considerados por Xangô. Esta é a imagem a ele associada, onde se destacam também certa vaidade e elegância e uma grande consciência de si próprio. Seus filhos possuem a força magnética dos que sentem que têm poder sobre os outros – e geralmente alcançam o que querem.
Suas cores, no candomblé são o vermelho e o branco e seu dia a quarta-feira. O Xangô umbandista tem suas cores no marrom e amarelo-ouro, bebe cerveja preta e tem sua morada e o seu altar na rocha, de preferência onde haja também uma cachoeira.
Na astrologia, Xangô tem relação com o elemento FOGO ou com planetas e Casas desse elemento – Marte e Júpiter e o Sol e Casas I (Marte/Áries), Casa V (Sol-Leão) e Casa IX (Júpiter-Sagitário).
XANGÔ é autoritário, o dono da última palavra (como são os jupiterianos, em geral), capaz de dar socos na mesa para dramatizar sua expressão e exibir força física e arrogância. É sensual, majestoso, sólido, líder, difícil de ser derrubado. Seu ponto fraco é o coração, o que nos levaria a relacioná-lo a JUPITER e SAGITÁRIO.
Os filhos de XANGÔ são pessoas totalmente voltadas para a sexualidade e o egocentrismo. A parte negativa está na crueldade, injustiça, alienação, violência e orgulho desmedido, além da ambição cega.
Assim como Zeus no Olimpo, o elemento de XANGÔ são as pedras, os raios; é o Senhor da Força e da Justiça. Por ser a força, XANGÔ é considerado dentro do OBÁ como rei
XANGÔ rege, portanto, os signos de LEÃO e SAGITÁRIO. Autoritário, dominador, é um líder nato, um guerreiro difícil de ser derrotado, características dos nativos de Leão. Simboliza ainda a lei e a justiça, atributos de Júpiter. É sociável e aproveita o melhor da vida, o que o associa ao signo de Sagitário. Corresponde a Júpiter.
Os dias do ano em que é festejado: 25 de janeiro (Dia de São Paulo Apóstolo), 29 de junho (Badé)=Dia de São Pedro);dia 19 de março (Alafin=Dia de São José);dia 24 de junho (Afonjá= São João) e é claro, o dia 30 de setembro(Agodô=São Jerônimo). São-lhe sacrificados: carneiro, galo, cágado (ajapá). Sua comida é um caruru especial (amalá).
Atributos de Xangô: o machado duplo(oxê)e a pedra-do-raio (edun ará).
De acordo com a nação, Xangô recebe os seguintes nomes: Xangô(nagôs), Sobô, sogbo (jejes), Badé, Quevioçô (fanti-ashanti), Vonucon (tapa), Abaçucá (agrôno), Zaze, Cambãranguange ou Kibuco (bantos).
XANGÔ é associado ao deus grego ZEUS ou JÚPITER que, segundo dizem os poetas, é o pai dos deuses e dos homens, reinando no Olimpo, e com um movimento de sua cabeça, agitava o Universo.
Após uma batalha para destronar seu pai, e auxiliado por seu irmão NETUNO e PLUTÃO, JÚPITER recebeu dos Ciclopes (Titãs encarcerados no Tártaro, por ordem de seu pai Saturno) o trovão, o relâmpago e o raio; um capacete foi dado a Plutão e a Netuno um tridente. Com essas armas, os três irmãos venceram Saturno, expulsaram-no do trono e da sociedade dos deuses.
Depois do destronamento de Saturno, JÚPITER e seus irmãos repartiram os domínios daquele. A Júpiter coube a parte dos céus; a Netuno, o Oceano e a Plutão, os reinos da morte. A Terra e o Olimpo eram propriedades comum – Júpiter era o rei dos deuses e dos homens. O raio era sua arma e carregava um escudo chamado égide, feito para ele por Vulcano. A águia era sua ave favorita. Juno (Hera) foi sua esposa e era a rainha dos deuses. Íris, a deusa do arco-íris, era sua donzela e mensageira. O pavão real era seu pássaro favorito.
Na astronomia, assim como vemos no estudo do Orixá XANGÔ, e no deus Zeus, Júpiter é o maior planeta, capaz até de projetar sombra na Terra.
Segundo o mito, Júpiter é o pai Abraão, Brahma, Jeovah. O Sol é o poder espiritual e Júpiter é o pode temporal. Para os egípcios, era AMON, deus de Tebas, no Alto Egito.
O deus invisível que animava todas as coisas e acompanhava as guerra imperiais; o intrépido e insensato, mas o corajoso.
Os nomes Abraão e Brahma derivam do sânscrito e significam: luz.
Na Índia era também Vishnu, o preservador. Para os gregos era ZEUS, o grande deus que reinava no Olimpo, a montanha sagrada. Carregava um raio em sua mão e era o Todo-Poderoso, o onipotente. Mas um deus acessível, com defeitos humanos como a luxuria, e o furor. Teve vários amores e filhos. Seus atributos também eram a chuva, as nuvens, os raios e os trovões. Presidia toda a família divina.
SAGITÁRIO, signo regido pelo planeta Júpiter, mostra características de seus filhos, tão semelhantes as dos filhos de Xangô, com um temperamento ativo, expansivo e egocêntrico, são pessoas desprendidas, generosas, enérgicas e combativas; possuem um temperamento impulsivo, ambicionam posição e poder, além de serem caridosos com os infelizes e oprimidos.
Quem tem a proteção de Xangô sabe: não há nada nem ninguém que destrua um filho
desse orixá. Podem até conseguir levá-lo ao fundo do abismo, mas depois de algum
tempo ele renasce com mais vigor e volta a enfrentar o mundo de peito aberto. Sem
medo. Essa é uma característica herdada do pai, Xangô, entidade mais forte do
Candomblé brasileiro. São dele a força, o poder e a capacidade de fazer e desfazer
todas as coisas. Mas ele não age sem uma boa razão: Xangô tem um senso de justiça
muito acentuado. Exige exclusividade, mas nunca consegue resistir a uma
aventurazinha. Segue os passos do pai, marido de muitas esposas, das quais as
prediletas são a dengosa Oxum e a guerreira Iansã – esta, a parceira ideal, pois o
acompanha a todas as frentes de batalha, luta sempre ao seu lado, ajudando-o a
derrotar os inimigos.

São essas as características que os filhos de Xangô exigem dos parceiros.

Ousados e cheios de iniciativa, quando se apaixonam, fazem o impossível para conquistar o ser amado. São diretos, sem rodeios, vão logo ao que interessa.
Atrevidísssimos, não descansam enquanto não conseguem o que querem. E adoram variar
as relações amorosas.
Xangô é o próprio Fogo, energia inesgotável, devastadora. Ninguém fica imune ou indiferente à sua passagem. Não há como ignorar a pompa e a altivez desse integrante
da alta aristocracia africana que um dia, encurralado pelas lutas em torno do poder,
acabou se suicidando em plena selva. Preferiu a morte a perder a dignidade. Além disso, Xangô nunca suportou disputas pelo poder.
Tem consciência de que só ele possui as qualidades necessárias para exercê-lo com
vigor e justiça. Porque não conhece o significado das palavras obediência, submissão
e medo.
Valente e protetor, ele foi rei de Oió, e fundou uma dinastia de heróis lutadores.
Orixá da Justiça e do Fogo, Xangô é o quarto Alafin de Oió, e viveu em 1450 A.C.,
destacando-se pela sua valentia e liderança. Foi marido de Oxum, Obá e Oiá (Iansã).
Ele é filho de Oranyian, e tem Yamasse como sua mãe. Castiga mentirosos, infratores e ladrões. Por isso a morte pelo raio é considerada infamante, assim como uma casa atingida por uma descarga elétrica é tida como marcada pela ira de Xangô.
O xeré é um chocalho feito de cabaça alongada, que quando agitado lembra o barulho da chuva. Ele é um dos símbolos de Xangô.
Garboso, Xangô é conhecido também como o “dono das mulheres”, mas mesmo assim
frequentemente seus filhos do sexo masculino terminam a vida solitários. Um dos mais
populares Orixás do Novo Mundo (não somente no Brasil, mas também nas Antilhas), seu arquétipo pode ser resumido assim: pessoa voluntariosa, altiva, mas que não tolera ser contrariada. Geralmente, imbuída de um profundo sentido de justiça e sinceridade, sendo bem consciente de sua própria dignidade e valor.

CARACTERÍSTICAS

CorMarrom (branco e vermelho)
Fio de ContasMarrom leitosa
ErvasErva de São João, Erva de Santa Maria, Beti Cheiroso, Nega Mina, Elevante, Cordão de Frade, Jarrinha, Erva de Bicho, Erva Tostão, Caruru, Para raio, Umbaúba. (Em algumas casas: Xequelê)
SímboloMachado
Pontos da NaturezaPedreira
FloresCravos Vermelhos e brancos
EssênciasCravo (flor)
PedrasMeteorito, pirita, jaspe.
MetalEstanho
Saúdefígado e vesícula
PlanetaJúpiter
Dia da SemanaQuarta-Feira
ElementoFogo
ChacraCardíaco
SaudaçãoKaô Cabecile (Opanixé ô Kaô)
BebidaCerveja Preta
AnimaisTartaruga, Carneiro
ComidasAgebô, Amalá
Numero12
Data Comemorativa30 de Setembro
Sincretismo:São José, Santo Antônio, São Pedro, Moisés, São João Batista, São Gerônimo.
Incompatibilidades:Caranguejo, Doenças
Qualidades:Dadá, Afonjá, Lubé, Agodô, Koso, Jakuta, Aganju, Baru, Oloroke, Airá Intile, Airá Igbonam, Airá Mofe, Afonjá, Agogo, Alafim

ATRIBUIÇÕES

Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo

AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE XANGÔ

Para a descrição dos arquétipos psicológico e físico das pessoas que correspondem a Xangô, deve-se ter em mente uma palavra básica: Pedra. É da rocha que eles mais se aproximam no mundo natural e todas as suas características são balizadas pela habilidade em verem os dois lados de uma questão, com isenção e firmeza granítica que apresentam em todos os sentidos.
Atribui-se ao tipo Xangô um físico forte, mas com certa quantidade de gordura e uma discreta tendência para a obesidade, que se ode manifestar menos ou mais claramente de acordo com os Ajuntós (segundo e terceiro Orixá de uma pessoa). Por outro lado, essa tendência é acompanhada quase que certamente por uma estrutura óssea bem-desenvolvida e firme como uma rocha.
Tenderá a ser um tipo atarracado, com tronco forte e largo, ombros bem desenvolvidos e claramente marcados em oposição à pequena estatura;
A mulher que é filha de Xangô, pode ter forte tendência à falta de elegância. Não que não saiba reconhecer roupas bonitas – tem, graças à vaidade intrínseca do tipo, especial fascínio por indumentárias requintadas e caras, sabendo muito bem distinguir o que é melhor em cada caso. Mas sua melhor qualidade consiste em saber escolher as roupas numa vitrina e não em usá-las. Não se deve estranhar seu jeito meio masculino de andar e de se portar e tal fato não deve nunca ser entendido como indicador de preferências sexuais, mas, numa filha de Xangô é um processo de comportamento a ser cuidadosamente estabelecido, já que seu corpo pode aproximar-se mais dos arquétipos culturais masculinos do que femininos; ombros largos, ossatura desenvolvida, porte decidido e passos pesados, sempre lembrando sua consistência de pedra.
Em termos sexuais, Xangô é um tipo completamente mulherengo. Seus filhos, portanto, costumam trazer essa marca, sejam homens, sejam mulheres (que estão entre as mais ardentes do mundo). Os filhos de Xangô são tidos como grandes conquistadores, são fortemente atraídos pelo sexo oposto e a conquista sexual assume papel importante em sua vida.
São honestos e sinceros em seus relacionamentos mais duradouros, porque para eles sexo é algo vital, insubstituível, mas o objeto sexual em si não é merecedor de tanta atenção depois de satisfeito desejo.
Psicologicamente, os filhos de Xangô apresentam uma alta dose de energia e uma enorme auto-estima, uma clara consciência de que são importantes, dignos de respeito e atenção, principalmente, que sua opinião será decisiva sobre quase todos os tópicos – consciência essa um pouco egocêntrica e nada relacionada com seu real papel social. Os filhos de Xangô são sempre ouvidos; em certas ocasiões por gente mais importante que eles e até mesmo quando não são considerados especialistas num assunto ou de fato capacitados para emitir opinião.
Porém, o senhor de engenho que habita dentro deles faz com que não aceitem o questionamento de suas atitudes pelos outros, especialmente se já tiverem considerado o assunto em discussão encerrado por uma determinação sua. Gostam portanto, de dar a última palavra em tudo, se bem que saibam ouvir. Quando contrariados porém, se tornam rapidamente violentos e incontroláveis. Nesse momento, resolvem tudo de maneira demolidora e rápida mas, feita a lei, retornam a seu comportamento mais usual.
Em síntese, o arquétipo associado a Xangô está próximo do déspota esclarecido, aquele que tem o poder, exerce-o inflexivelmente, não admite dúvidas em relação a seu direito de detê-lo, mas julga a todos segundo um conceito estrito e sólido de valores claros e pouco discutíveis. É variável no humor, mas incapaz de conscientemente cometer uma injustiça, fazer escolha movido por paixões, interesses ou amizades.
Os filhos de Xangô são extremamente enérgicos, autoritários, gostam de exercer influência nas pessoas e dominar a todos, são líderes por natureza, justos honestos e equilibrados, porém quando contrariados, ficam possuídos de ira violenta e incontrolável.

TENDÊNCIA PROFISSIONAL

Advogados, religiosos, mecânicos, dentistas, cabeleireiros, médicos, enfermeiros

SÃO AS SEGUINTES AS FALANGES DE XANGÔ:

1. Falange de Iansã – chefiada por Santa Bárbara
2. Falange do Caboclo do Sol e da Lua – chefiada pela mesma entidade
3. Falange do Caboclo dos Ventos – chefiada pela mesma entidade
4. Falange do Caboclo das Cachoeiras – chefiada pela mesma entidade
5. Falange do Caboclo Treme-Terra – chefiada pela mesma entidade
6. Falange do Caboclo da Pedra Branca – chefiada pela mesma entidade
7. Falange dos Pretos Velhos – chefiada por Quenguelê.

SÃO AS SEGUINTES AS LEGIÕES DE XANGÔ:

1. Legião do Caboclo Ventania
2. Legião do Caboclo das Cachoeiras
3. Legião do Caboclo 7 Montanhas
4. Legião do Caboclo Pedra Branca
5. Legião do Caboclo Cobra Coral
6. Povo de Quenguelê

COZINHA RITUALÍSTICA

Caruru

Afervente o camarão seco, descasque-o e passe na máquina de moer. Descasque o amendoim torrado, o alho e a cebola e passe também na máquina de moer. Misture todos esses ingredientes moídos e refogue-os no dendê, até que comecem a dourar. Junte os quiabos lavados, secos e cortados em rodelinhas bem finas. Misture com uma colher de pau e junte um pouco de água e de dendê em quantidade bastante para cozinhar o quiabo. Se precisar, ponha mais água e dendê enquanto cozinha. Prove e tempere com sal a gosto. Mexa o caruru com colher de pau durante todo o tempo que cozinha. Quando o quiabo estiver cozido, junte os camarões frescos cozidos e o peixe frito (este em lascas grandes), dê mais uma fervura e sirva, bem quente.

Ajebô

Corte os quiabos em rodelas bem fininhas em uma Gamela, e vá batendo eles como se estivesse ajuntando eles com as mãos, até que crie uma liga bem Homogênea.

Rabada

Cozinhe a rabada com cebola e dendê. Em uma panela separada faça um refogado de cebola dendê, separe 12 quiabos e corte o restante em rodelas bem tirinhas,
junte a rabada cozida. Com o fubá, faça uma polenta e com ela forre uma gamela, coloque o refogado e enfeite com os 12 quiabos enfiando-os no amalá de cabeça para baixo.

LENDAS DE XANGÔ

A Justiça de Xangô

Certa vez, viu-se Xangô acompanhado de seus exércitos frente a frente com um inimigo que tinha ordens de seus superiores de não fazer prisioneiros, as ordens era aniquilar o exército de Xangô, e assim foi feito, aqueles que caiam prisioneiros eram barbaramente aniquilados, destroçados, mutilados e seus pedaços jogados ao pé da montanha onde Xangô estava. Isso provocou a ira de Xangô que num movimento rápido, bate com o seu machado na pedra provocando faíscas que mais pareciam raios. E quanto mais batia mais os raios ganhavam forças e mais inimigos com eles abatia. Tantos foram os raios que todos os inimigos foram vencidos. Pela força do seu machado, mais uma vez Xangô saíra vencedor. Aos prisioneiros, os ministros de Xangô pediam os mesmo tratamento dado aos seus guerreiros, mutilação, atrocidades, destruição total. Com isso não concordou com Xangô.
- Não! O meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça, eram guerreiros cumprindo ordens, seus líderes é quem devem pagar!
E levantando novamente seu machado em direção ao céu, gerou uma série de raios, dirigindo-os todos, contra os líderes, destruindo-os completamente e em seguida libertou a todos os prisioneiros que fascinados pela maneira de agir de Xangô, passaram a segui-lo e fazer parte de seus exércitos.

A Lenda da Riqueza de Obará

Eram dezesseis irmãos, Okaram, Megioko, Etaogunda, Yorossum, Oxé, Odí, Edjioenile, Ossá, Ofum, Owarin, Edjilaxebora, Ogilaban, Iká, Obetagunda, Alafia e Obará. Entre todos Obará era o mais pobre, vivendo em uma casinha de palha no meio da floresta, com sua vida humilde e simples.
Um dia os irmãos foram fazer a visita anual ao babalaô para fazer suas consultas, e prontamente o babalaô perguntou: Onde está o irmão mais pobre? Os outros irmão disseram-lhe que avia se adoentado e não poderia comparecer, mas na verdade eles tinham vergonha do irmão pobre. Como era de costume o babalaô presenteou a cada irmão com uma lembrança, simples, mas de coração e após a consulta foram todos a caminho de casa. Enquanto caminhavam, maldiziam o presente dado pelo babalaô, Morangas? Isso é presente que se dê? Abóboras? .
A noite se aproximava e a casa de Obará estava perto, resolveram então passar a noite lá. Chegando a casa do irmão, todos entraram e foram muito bem recebidos, Obará pediu a esposa que preparasse comida e bebida a todos, e acabaram com tudo o que havia para comer na casa. O dia raiando os irmãos foram embora sem agradecer, mas antes lhe deixaram as abóboras como presente, pois se negavam a come-las.
Na hora do almoço, a esposa de Obará lhe disse que não havia mais nada o que comer, apenas as abóboras que não estavam boas, mas Obará pediu-lhe que as fizesse assim mesmo. Quando abriram as abóboras, dentro delas haviam várias riquezas em ouro e pedras preciosas e Obará prosperou.
Tempos depois, os irmãos de Obará passavam por tempos de miséria, e foram ao Babalaô para tentar resolver a situação, ao chegar lá escutaram a multidão saldando um príncipe em seu cavalo branco e muitos servos em sua comitiva entrando na cidade, quando olharam para o príncipe perceberam que era seu irmão Obará e perguntaram ao Babalaô como poderia ser possível e ele respondeu: Lembram-se das abóboras que vos dei, dentro haviam riquezas em pedras e ouro mas a vaidade e orgulho não vos deixaram ver e hoje quem era o mais pobre tornou-se o mais rico.
Foram então os irmãos ao palácio de Obará para tentar recuperar as abóboras e lá chegando, disseram a Obará que lhes devolvessem as Abóboras e Obará assim o fez, mas antes esvaziou todas e disse: Eis aqui meus irmãos, as abóboras que me deram para comer, agora são vocês que as comerão. E quando o babalaô em visita ao palácio de Obará lhe disse: Enquanto não revelares o que tens, tu sempre terás. E foi assim que se explica o motivo que quem carrega este Odú não pode revelar o que tem pois corre o risco de perder tudo, como os irmãos de Obará.

ORAÇÕES E PRECES

PRECE PARA XANGÔ

Oh! Senhor dos Trovões. Pai da Justiça e da retidão. Orixá que abençoa os injustiçados e castiga os mentirosos e caluniadores. Defenda, meu Senhor, minha casa, minha família dos inimigos ocultos, dos ladrões e dos mentirosos.
Oh! Xangô rogo-te as vibrações de amor e misericórdia, Pai da dinastia humana, livra-me de todo escândalo.
KAÔ CABECILE!

ORAÇÃO PARA XANGÔ

Poderoso Orixá de Umbanda,
Pai, companheiro e guia.
Senhor do equilíbrio e da justiça.
Auxiliar da Lei do Carma,
Só tu, tens o direito de acompanhar pela eternidade,
Todas as causas, todas as defesas, acusações e eleições,
Promanadas das ações desordenadas, ou dos atos impuros e benfazejos que praticamos.
Senhor de todos os maciços e cordilheiras,
Símbolo e sede da tua atuação planetária no físico e astral.
Soberano Senhor do Equilíbrio, da equidade,
Velai pela inteireza do nosso caráter.
Ajude-nos com sua prudência.
Defenda-nos das nossas perversões,
Ingratidões, antipatias, falsidades,
Incontenção da palavra e julgamento indevido dos atos
Dos nossos irmãos em humanidade.
Só Tu és o grande Julgador.
Kaô Cabecilê Xangô.

ORAÇÃO A XANGÔ

Bondoso São Jerônimo, o vosso nome Xangô, nos terreiros de Umbanda, desperta as mais puras vibrações. Protegei-nos, Xangô, contra os fluidos grosseiros dos espíritos malfazejos,
amparai-nos nos momentos de aflição, afastai de nossa pessoa todos os males que forem
provocados pelos trabalhos de magia negra.
Rogamo-vos, também, São Jerônimo, usar de nossa influência caridosa junto às mentes daqueles que por ambição, ignorância ou maldade, praticam o mal contra os seus irmãos empregando as forças elementais e astrais inferiores. Iluminai a mente desses irmãos, Afastando-os do erro e conduzindo-os à prática do bem.
Assim Seja!
Kaô Cabecilê

PRECE A XANGÔ

Senhor de Oyó. Pai justiceiro e dos incautos. Protetor da fé e da harmonia. Kaô Cabecile do Trovão. Kaô Cabecile da Justiça. Kaô Cabecile, meu Pai Xangô. Morador no alto da pedreira. Dono de nossos destinos. Livrai-nos de todos os males. De todos os inimigos visíveis e invisíveis. Hoje e sempre, Kaô meu Pai.

PONTOS CANTADOS PARA OUVIR:

LETRAS DE PONTOS CANTADOS:

É Xangô o rei de lá da pedreira
É Oxum, rainha da cachoeira >
Xangô é rei, Xangô é rei Orixá
Escreve lei pros filhos de Oxalá
============================================
Ele vem de Aruanda
Ele vem trabalhar
Ele vence demanda
Ele é seu Pangará
Kaô, kaô, kaô, kaô
A justiça chegou, Xangô
Ele vem de Aruanda
Ele vem trabalhar
Ele vence demanda
Ele é seu Airá
Kaô, kaô, kaô, kaô
A justiça chegou, Xangô
============================================
Escureceu, a noite chegou >
Firma ponto na pedreira, saravá Xangô >
Saravá Xangô, saravá Xangô
============================================
Lá em cima daquela pedreira
Tem um livro que é de Xangô >
Kaô, kaô
Kaô é kabecile é de Xangô >
============================================
Machadinha de cabo de ouro
De ouro, de ouro
Machadinha de cabo de ouro
É machadinha de Xangô
============================================
Meu pai Xangô
Deixa essa pedreira aí >
A Umbanda está lhe chamando
Deixa essa pedreira aí >
============================================
Na beira do Cariri
Eu vi Xangô sentado
Yemanjá e Oxum
E Santa Bárbara de lado
Na beira do Cariri
============================================
Pedra rolou, Pai Xangô, lá na pedreira
Segura o ponto, meu Pai, na cachoeira
Tenho o meu corpo fechado
Xangô é meu protetor
Firma esse ponto, meu filho
Pai de cabeça chegou
============================================
Quem rola pedra na pedreira é Xangô >
Vivô a coroa de Zambi 2>
Vivô a coroa de Zambi é maio
============================================
Subi na pedreira, subi
Uma pedra rolou no corisco de Xangô
Dizem que Xangô mora na pedreira
Mas não é lá sua morada verdadeira >
Xangô mora na cidade de Luz
Aonde está Maria e o Menino Jesus
Dizem que Xangô mora na pedreira
Mas não é lá sua morada verdadeira >
============================================
Xangô chegou na terra
Xangô girou na Umbanda
Com seu grito de guerra
Xangô venceu demanda
============================================
Xangô é corisco
Nasceu na trovoada >
Trabalha na pedreira
Acorda na madrugada >
Longe, tão longe
Aonde o sol raiou >
Saravá Umbanda
Oi, saravá Xangô >
============================================
Xangô mostrai a força que vós tendes >
Xangô é o rei da justiça
E não engana ninguém
Xangô Kaô, Xangô Agodô 3>
============================================
Xangô, Xangô, meu pai Xangô
Xangô mora na pedreira
Quem mandou relampejar
Kaô kabecile obá, Xangô
Saravá Xangô 3>
============================================
Deixei meu filho em cima da pedreira
E de repente ele escorregou
Me ajoelhei e olhei pra baixo
Estava nos braços de meu pai Xangô
============================================
Xangô, meu pai, atende essa romaria >
Dos filhos que vem de longe
E não podem vir outro dia >
============================================
Estava olhando a pedreira uma pedra rolou >
Com a licença de Zambi vou saravá meu Pai Xangô >
Quem foi que disse que eu não sou filho de Xangô >
Se me atiram uma pedra ele faz dessa pedra uma flor >
São tantas flores de justiça e proteção >
Sou filho de Pai Xangô ninguém me joga no chão >
Oh! Quantas flores já plantei no meu jardim >
Cada pedra atirada era mais uma flor para mim >
Pontos de Subida
Xangô já vai
Já vai pra Aruanda >
A bênção meu pai
Proteção pra nossa banda >
============================================
Já volteei lá na pedreira
E Xangô disse que sim
Quem tem Santo de Caboclo
Tá na hora de subir
============================================

Fonte: Povo de Aruanda

Caboclos de Couro

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Nossos queridos Caboclos de Couro, os Boiadeiros são entidades ligadas a terra, ao trabalho no campo e a vida dura. Gostam de coisas simples e sem frescuras. Utilizam como instrumentos de trabalho laços, chapéus, chicotes de couro e cigarros de palha. Quando algum espírito desordeiro tenta causar problemas, não exita em usar seu chicote para disciplinar o encrenqueiro e coloca-lo no seu devido lugar. Também fazem parte dessa maravilhosa falange de trabalho os Boiadeiros Gauchos.



Quando chegam, giram o laço por cima da cabeça do cavalo e

 soltam seu brado “ÊÊÊÊ BOI!”



Quem já falou com um Boiadeiro sabe como é: eles são alegres, são receptivos, sabem ouvir e sempre dão sua orientação precisa, nem a mais, nem a menos. Não falte com a verdade; se preciso, eles são duros, incansáveis e não afrouxam o laço. O punho dos Boiadeiros é de aço: com uma volta na corda, levam até o mais teimoso dos gados adiante, no caminho correto. Se o gado não segue seu berrante, é quando ele fica atrás para tocá-los com o chicote. Ele está a nos conduzir para a frente, para a frente, para a frente.



A missão de um boiadeiro na Umbanda

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O boiadeiro e seu "cavalo".
 
 Nos trabalhos de Umbanda os guias espirituais costumam chamar seus médiuns de cavalos, justamente para explicar que o espírito não "entra" no corpo da pessoa, mas apenas encosta nela. Ou como dizem os boiadeiros: "monta nela"... O espírito comanda os movimentos dessa pessoa como se estivesse atrelado a ela e, por isso, o médium atua como um cavalo. Já o Exu chama o trabalhador de burro, brincando com o fato de o médium ser teimoso como um!
 A função da falange dos boiadeiros num grupo espiritual é a de organizar os eguns (almas penadas) e de limpar a aura dos participantes do passe. Eles também são muito bons em trabalhar com animais desencarnados, encaminhando-os para as Colônias Espirituais de refazimento. Como o boiadeiro é um espírito compenetrado, que trabalha na chuva e no sol, para cumprir sua meta; ao morrer é recrutado para prosseguir trabalhando, pois sua lealdade e dedicação são reconhecidas pelos Chefes de Falange.
Os boiadeiros normalmente servem às Linhas de Ogun e de Oxóssi ou de Ogun Rompe Mato (São Jorge, São Sebatião e Santo Expedito, respectivamente). Justamente pela semelhança com os centuriões romanos que foram santificados e que montavam seus cavalos para irem às batalhas. A saudação aos boiadeiros é: "Xetro Marrumbaxetro, Xetro ah!" ou "Minaketo Navizala!"
 O boiadeiro gosta de fumegar seu cigarro de palha ou seu charuto e de beber sua bebida, com os quais faz a limpeza no ambiente e nos médiuns da casa; mas sem se embebedar ou prejudicar o médium que o incorpora.
 Quem tem um boiadeiro nunca fica desamparado no dia a dia, pois este atua continuamente na proteção de seu assistido e de sua casa. Os boiadeiros podem ter sido em vida: vaqueiros, condutores de gado, peões ou capatazes, auxiliares de rodeio, entre outros; e entendem perfeitamente sobre a lida no campo, nas fazendas e nos currais. Por isso, auxiliam com habilidade aqueles que trabalham junto à natureza.


Entidades Tipicamentes Brasileiras

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  Entidade tipicamente brasileira, pois nesta falange encontramos espíritos que tiveram experiências reencarnatórias no interior do nosso país. Desde o cangaceiro do sertão nordestino, passando pelo peão boiadeiro da região centro-sul, até o gaúcho dos Pampas.

       Trabalham nas desobsessões e no desmanchar de feitiços. Apresentam-se como o homem simples do interior, de olhar desconfiando e pouca prosa, mas quando solicitados são sempre atenciosos. Como toda entidade de luz nunca são grosseiros e apesar de não terem a diplomacia de um Caboclo ou de um Preto velho, surpreendem quem os escuta com a forma direta, seca e objetiva com que tratam os assuntos que lhes são confiados.

       Fumam charuto ou cigarro de palha, alguns gostam de ter como apetrecho de trabalho um chicote ou uma corda, com o que controlam e expulsam com grande maestria os pesados fluidos das regiões umbralinas.

       São respeitados e temidos pelos espíritos maus, pois se for necessário usar a força, são os Boiadeiros que conduzirão os obsessores para longe.

       Em suas oferendas recebem: charuto, cigarro de palha, água, água com mel, caldo de cana, melado, rapadura, fumo de rolo, etc. São comandados por Iansã, ogun.


Guias de trabalho: Boiadeiro

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Os espíritos que se manifestam na Umbanda na Linha dos Boiadeiros são aguerridos, valorosos, de poucas palavras, mas de muitas ações. Apresentam-se como espíritos que encarnaram, em algum momento, como tocadores de boiada, vaqueiros entre outros. Os seus pontos cantados sempre aludem a bois e boiadas, a campos e viagens, a ventanias e tempestades.
O Arquétipo da Linha de Boiadeiros é a figura mítica do peão sertanejo, do tocador de gado, dos homens que viveram na lida do campo e dos animais e que desenvolveram muita força e habilidade para lidar contra as intempéries e as adversidades. O laço e o chicote são seus instrumentos magísticos de trabalhos espirituais. Eventualmente usam colares de sementes ou de pedras. São combativos, inclusive no corte de magias negativas, porque conseguem promover “um choque” em nosso campo magnético e liberá-lo de acúmulos negativos.
É um Arquétipo forte, impositivo, vigoroso, valente e destemido. Representa a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, também chamado de caboclo sertanejo. Muitos deles foram mestiços, trazendo à nossa lembrança a essência da miscigenação do povo brasileiro, com seus costumes, crendices, superstições e fé.
Nem todos foram, de fato, “boiadeiros”, mas todos eles têm em comum a capacidade de atuar num campo específico e que caracteriza a Linha, qual seja o de nos trazer uma energia vigorosa, muito útil na quebra de cargas e magias negativas e para desfazer “cristalizações” mentais negativas, pois os Boiadeiros atuam no campo da Lei Divina e na Linha do Tempo.
 
Regência: Ogum
Campos de atuação: Força Ordenadora e Direcionadora

Cores: Azul escuro e amarelo

Guias de Trabalho: Pretos Velhos

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Pretos Velhos

Os Pretos Velhos na Umbanda são entidades elevadas que se apresentam estereotipados como anciãos negros conhecedores profundos da Magia Divina e da manipulação de ervas. São excelentes mandingueiros, mestres dos elementos da natureza, os quais utilizam em seus benzimentos e trabalhos espirituais.
Crê-se que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro durante a escravidão, a Linha de Pretos Velhos reflita a humildade, a sabedoria, a paciência e a perseverança. Vale dizer que não necessariamente todos foram escravos; sua sabedoria e humildade são características marcantes e sua calma e ensinamentos são profundos, daí também a referência a estes iluminados seres da Criação. A característica principal desta linha é a sua elevada orientação espiritual.
A Linha de Pretos Velhos na Umbanda é regida pelo mistério Ancião, na força do Orixá Obaluayê que é o Orixa sustentador da Evolução, da transmutação e transformação dos seres. Mas os Pretos Velhos também se apresentam e transitam dentro da linha de outros Orixás.

Regência principal: Obaluayê

Campo de atuação: Sabedoria e Perseverança
Cores: Branco

ONDAS VIBRATÓRIAS, GRAUS MAGNÉTICOS E AS HIERARQUIAS DIVINAS

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O que são ondas vibratórias?

Deus gera suas irradiações através de ondas vibratórias que nada mais são do que energia emanada pelo nosso Criador. Uma mesma onda vibratória ordena a formação de uma flor, uma árvore, uma pedra, um órgão vital, um animal ou um ser humano. Isto ocorre de forma semelhante a uma irradiação que emitimos quando vibramos amor, raiva, esperança, fé...
As ondas vibratórias possuem energia, forma, cor, emitem características do seu fator original, da sua essência, seu elemento, sua matéria.

Elas estão em tudo, físico, material ou mental. Um elemento ou um ser pode ser amparado por uma ou mais ondas vibratórias. Ex: nossos órgãos físicos estão ligados a ondas vibratórias específicas, cada órgão sob determinadas irradiações.

Os símbolos religiosos são a fusão de ondas vibratórias e assumem aparências que nos concentram, elevam e direcionam. A magia de pemba, os pontos riscados, são a afixação mágica de ondas vibratórias que são potencializadas e ativadas pelos guias espirituais.

A mesma onda fatoral que magnetiza os filhos de um orixá, magnetizam seus animais, suas plantas, suas pedras, todas as suas emanações divinas. As ondas vibratórias definem a estrutura do nosso pensamento. Se uma pessoa foi magnetizada através da onda cristalina da fé, terá uma estrutura de pensamento direcionada pela religiosidade; se foi magnetizada através da onda mineral, terá uma estrutura de pensamento direcionada pelo amor em sua forma universal.

O que é grau magnético?

Vamos pensar numa escala de cores. Por exemplo, uma escala que vai do branco cristalino ao preto profundo. A cada movimento 
acima ou abaixo desta escala encontraremos uma tonalidade de cor diferente da outra. Dependendo do sentido, mais clara ou mais escura. Vamos considerar que grau seja justamente esta diferenciação de localização dentro desta escala de cor.

Cada nível vibratório é dividido em 7 subníveis, e assim sucessivamente. Então, a cada 7 “graus vibratórios” nós temos um nível vibratório que vamos relacionar a um Trono Divino para facilitar o nosso entendimento.

Os graus vibratórios estão tanto no sentido vertical quanto horizontal. No alto, no embaixo, na direita e na esquerda.

DIVINO TRONO DAS 7 ENCRUZILHADAS 


AS HIERARQUIAS DIVINAS

As irradiações verticais são projeções energomagnéticas dos pólos ocupados pelos Orixás Naturais Planetários e vão alcançando os níveis vibratórios que são, em si mesmo, as faixas nas quais seres afins vivem e evoluem.

Todas as irradiações verticais descem por sete níveis vibratórios, formados por sete correntes eletromagnéticas horizontais positivas, depois distribuem-se por uma faixa neutra, e a partir dela projetam-se por outras sete faixas negativas, até que alcança seu pólo oposto, que a absorve e a utiliza em sua irradiação de baixo para cima, que obedece ao mesmo processo.

As correntes horizontais não obedecem a este princípio, pois ou são correntes positivas (irradiantes) ou são negativas (absorventes). Tais correntes destinam-se a manter em seus campos magnéticos os seres que se afinizam com suas energias ou que se desequilibraram emocionalmente e têm de permanecer nelas até que se reequilibrem.

Nas faixas vibratórias positivas, os seres vão se tornando cada vez mais irradiantes, mais claros. Já nas faixas vibratórias negativas, o processo é inverso e os seres vão se tornando concentrados, escuros, sendo direcionados em um só sentido da vida, até que reassumam seu emocional e retomem a evolução em todos os sete sentidos.

Nas irradiações verticais estão as sete linhas do ritual de Umbanda Sagrada em cujos pólos estão assentados os Orixás Naturais Planetários. Nas horizontais, estão assentados os Orixás Naturais regentes dos níveis vibratórios, sempre influenciados pelos Senhores das correntes verticais.

Muitas são as dimensões naturais, todas paralelas umas às outras.

A faixa neutra das dimensões naturais corresponde ao nosso plano Terra, que é onde vivem os espíritos que encarnam para se aperfeiçoar. Já nas dimensões paralelas naturais, nas faixas neutras, é onde se inicia todo um novo estágio da evolução dos seres que não “encarnam” e não tem sua memória ancestral adormecida. Sua evolução é mais longa e mais lenta.

Um ser da dimensão natural pode ser positivo ou negativo, emitir luz ou ser opaco, isto não quer dizer que ele seja bom ou mal. Nestas dimensões naturais, um ser pode desenvolver todo o seu pólo negativo antes de desenvolver o positivo em qualquer dos sete sentidos da vida.

Os Orixás planetários e os Orixás regentes dos níveis vibratórios são responsáveis por todas as formas de vida a eles destinadas, eles orientam, direcionam, estimulam e promovem a evolução dos seres evitando que haja paralização, estagnação.

Consagrar a cabeça a um Orixá é sujeitar seu mental ao mental planetário de um Orixá e, a partir daí, começar a desenvolver seu magnetismo individual em perfeita sintonia vibratória com o magnetismo mental de seu Orixá mãe/pai de cabeça. Mas nós nos guiamos pela atração consciencial, à medida em que nos afinizarmos e nos guiamos por suas irradiações divinas.






12 de Agosto - Dia de Nossa Senhora da Cabeça

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No sincretismo religioso , Nossa Senhora da Cabeça é representada por Mãe Yemanjá. 
Yá Ori ( a dona de todas as cabeças )

Senhora de grande beleza , doçura e força. 
Dona de nosso consiente e inconsciente.
Deusa de Abeokutá senhora e patrona de todas as águas.
Está Yabá é tão antiga quanto a criação de todos os Orixás.

Pedimos a ele serenidade em nossas cabeça e em nosso coração , para que possamos superar os problemas diários e as atribulações que se formam em nossa mente.

Assim seja e assim será !
Odoyá !
Odociaba , Mãe Yemanjá !
Yabá de minha vida e de meu destino.

Yemanjá Yá Ori 
Ori a pereré ô !



Eis-me aqui prostrado aos vossos pés , ó mãe do Céu e Senhora Nossa !
Venho louvar-vos e agradecer-vos todos os benefícios espirituais e
temporais em que Deus me tendes alcançado. 
Que louvores vos posso dar, ó Mãe bondosa !
Ah ! Tendes compaixão de mim !
Minha alma sofre o remorso de tantas vezes ter ofendido o Vosso
Divino Filho e sente não possuir as virtudes que mais agradáveis
são aos vossos olhos de Mãe.
Dai-me Senhora , as graças necessárias para eu ser um bom cidadão , fiel cumpridor das Leis da Igreja , e constante imitador das
vossas incomparáveis virtudes.
Iluminai a minha fraca inteligência, para que compreenda cada vez mais que a única felicidade na Terra é servir a Deus.
para que compreenda cada vez mais que e trilhar com os Santos o
caminho do Céu.
Fortificai minha vontade para que eu não me deixe jamais levar por minhas paixões e pelas tentações do mundo.
Tocai o meu coração a fim de que deteste sempre o pecado ,
e ame a vida austera e cristã que exiges de vossos devotos.

Tende piedade das minhas misérias espirituais !
E , ó Mãe terníssima , não vos esqueçais também daquelas que
afligem o meu corpo e enchem de amargura a minha vida terrena.
Dai-me saúde e força para que possa cumprir todas as minhas obrigações e vencer todas s dificuldades que me opõem o mundo.
Não permitais que a minha pobre cabeça seja atormentada por males que me perturbem a tranquilidade da vida.
Pelos merecimentos de vosso divino Filho , Nosso Senhor Jesus Cristo, e pelo amor que a Ele consagras , alcançai-me a graça que
agora vos peço (faça seu pedido).
Aí tendes , ó Mãe poderosa, a minha súplica humilde.
Se quiserdes, ela será atendida.
Ah ! Não deixeis de atender-me , ó Rainha do Céu e da Terra !
Por toda parte cantarei louvores a vossa bondade e ao vosso poder,
ó Senhora da Cabeça, até que chegue o dia em que , levado por Vós , eu entre no gozo eterno do céu,

Assim seja!

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Pombagira da Madrugada

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Quem eu era e quem eu sou...
Essa é minha história, como eu vivi e como me tornei um Pombagira. Desde muito nova eu fui criada por minha madrinha - mulher de frios costumes cristãos, muito rígida e dissimulada. A sociedade a tratava como benfeitora, mas na verdade, ela usava seu nome e suas posses para acumular riqueza e destruir famílias. Com a promessa de fornecer uma boa educação às moças do interior, ela as batizava quando pequenas e depois as buscava para morar com ela. Mas, a realidade era bem diferente...
Eu fui uma dessas moças pobres, que a família acreditou na promessa de uma vida melhor. Quando ela me tirou da casa de meus pais para levar-me à capital parisiense, eu tinha 11 anos. A família receberia todo mês uma mesada para poder se manter em troca de minha permanência na capital. Recebi aulas de etiqueta, piano, música, artes, matemática e francês. Tornei-me uma moça recatada e de fino trato. Em dois anos eu era um exemplo de moçoila bem educada!
Ela me levou às melhores lojas e me vestiu com esmero. Depois fez um baile para apresentar-me à sociedade. Em minha "Festa de Debutante" haviam muitos homens e algumas mulheres de alcunha duvidosa. Fui apresentada à todos, sem perceber no começo do que se tratava. Ao final do baile ela anunciou o leilão de minha virgindade e depois minha venda ao Cabaré que melhor pagasse. Fiquei desesperada quando percebi a real intenção de tudo, tentei fugir, mas a casa era bem guardada.
O leilão aconteceu e pelo burburinho percebi que eu era "uma das peças mais valiosas de sua coleção". Pagaram muito bem pela minha primeira vez. Um senhor, ouvi dizer que era um senador, foi quem me arrematou. Ele me levou para o quarto e não tardou em fazer o serviço. Fui usada de muitas maneiras e não pude reagir. Depois de uma noite inteira de aproveitamento, o senador entregou-me para a Dona de um Cabaré famoso.
O tempo todo pensei em minha família e em como voltaria pra casa. Eles precisavam do dinheiro que recebiam, então me conformei com meu destino. Cada noite, um cliente diferente desfrutava de muitas horas comigo. Por um mês eu fui novidade e fui disputada. As outras meninas diziam que eu seria como elas: apenas mais uma depois disso.
Mas, algo dentro de mim se modificou e eu passei a lutar obstinadamente pela minha vida e tornei-me diferente. Passei a seduzir e aprendi todas as artes do prazer e da luxúria. Em pouco tempo eu sabia dar a um homem tudo o que ele desejasse e tornei-me uma das preferidas do Cabaré. Após um ano, eu não era mais uma menina, eu era uma mulher sedutora e confiante. Ganhei a confiança da dona e passei a treinar outras meninas. De onde eu sabia tudo aquilo e como havia aprendido? A resposta, provavelmente, estava em outras vidas...
Após dez anos eu acumulei uma fortuna, ajudei minha família, mas nunca mais fui visitá-los, pois eu não era mais a doce menina que saiu de casa. Comprei minha liberdade e montei meu próprio Cabaré. Porém, eu fiz diferente de minha "madrinha", eu buscava as moças pobres da região, mas lhes contava a verdade sobre sua situação. Pagava um bom dinheiro à família e as levava comigo, treinava-as e lhes ensinava como não sofrer... Se houvessem meninos dispostos a ir comigo, eles se tornavam serviçais ou também podiam trabalhar na arte da sedução. Afinal, haviam mulheres dispostas a pagar muito bem por prazer.
Um dia visitei de forma disfarçada a minha madrinha, para agradecer-lhe o que fez por mim. Levei comigo cicuta e antes de sair despejei o veneno em seu chá... No outro dia eu soube que ela falecera durante a noite de mal súbito. Eu estava vingada! Não poderia ter minha antiga vida, mas ela não poderia ferir mais nenhuma menina. Esse ato, porém, não me deu paz de espírito. Eu não poderia voltar a ser a mesma pessoa, mas quem eu era, também não me deixava feliz...
Trabalhei por mais dois anos; treinei muitas meninas e escolhi uma para assumir meu lugar. Então, preparei-me para sair em viagem e fui conhecer o mundo. Eu descobri que estava com tuberculose e não teria muito tempo de vida. Minha viagem seria uma despedida de tudo. Consegui viajar por seis meses e quando estava na Índia, visitei um mosteiro... Procurei um monge e contei-lhe minha história. Ele me falou da reencarnação, do perdão e de uma nova chance. Ele me contou muitas histórias de santos e deu exemplos de grandes líderes que se transformaram.
Ele me convidou a pernoitar no mosteiro e eu morri ali, em paz, numa paz que há muito tempo eu não sentia! Quando cheguei ao outro lado eu fui recebida por outras moças com situação semelhante a minha e fui convidada a trabalhar com elas. Fui treinada e recebi uma roupagem fluídica, com um nome e uma missão: recolher as almas de outras moças perdidas. Assim tornei-me uma Pombagira e passei a trabalhar no Plano Espiritual. Foi uma forma de quitar minha dívida por tirar uma vida humana e de encontrar minha redenção pessoal.


16 DE AGOSTO – DIA DE SÃO ROQUE - OMULU/OBALUAIÊ

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Oração à São Roque
 
Glorioso São Roque, alcançai-nos de Cristo Nosso Senhor as graças que nos são necessárias para vivermos dignamente a vida cristã.
Aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade.
Seguindo o Vosso Exemplo queremos amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como Cristo nos mandou.
Queremos ajudar aos pobres, aos doentes, aos necessitados de toda a espécie, como vós mesmo o fizestes.
E que um dia, na glória do céu, nós possamos, convosco, gozar da vida eterna. Amém.
 
Oração à São Roque - Para alcançar a cura em qualquer enfermidade
 
Ó inefável padroeiro nosso, São Roque, pela ardente caridade com que amastes o próximo nesta terra, chegastes a expor vossa própria vida para assisti-lo nas necessidades e doenças, especialmente nas moléstias contagiosas. Oh! Fazei que estejamos sempre livres dessas terríveis enfermidades e livrai-nos da peste ainda perigosa que é o pecado. Amém.
 
“São Roque bendito, de Jesus querido, livrai-nos da peste e de quem nos tenha ofendido.”
 
 
Originário de família nobre, distinta e abastada, São Roque nasceu em Montpellier, na França, em 1295.
 
Seu nascimento teve o significado de um grande dom de Deus e fruto das orações de seus pais. Libéria, sua mãe, mulher virtuosa, era devotada de Nossa Senhora, a quem recorreu, pedindo a graça de ter um filho, apesar de sua idade avançada. Foi atendida em seu anseio e dedicou-se com cuidado à educação de Roque, incutindo-lhe desde cedo a devoção à Nossa Senhora.
 
Perdeu os pais entre os quinze e vinte anos, herdando um enorme patrimônio. Mas as aspirações de Roque eram por outra herança: queria viver na pobreza, imitando a Cristo.Assim, inclinado para a piedade, repartiu entre os pobres, em segredo, tudo o que pode colher de suas rendas. Como a idade não lhe permitia dispor nem alienar seus bens de raiz, confiou-os a um tio, partindo sem nada para Roma, mendigando pelo caminho.
 
Chegando a Toscana, em Aguapendente, viu a grande mortalidade causada pela peste.  Levado pelo desejo de ser útil aos empestados, pediu permissão ao administrador do hospital para assistir aos doentes, o que lhe foi permitido.
 
Logo que Roque se meteu entre os empestados, cessou a epidemia da doença naquela cidade. O mesmo se deu em Cesena e outras localidades; dizia-se que a peste fugia de Roque.
 
Tomando conhecimento de que a epidemia chegara a Roma, Roque partiu imediatamente. Lá chegando, foi ouvido em confissão pelo cardeal Britânico que então tomou conhecimento dos dons que o Santo possuía. Pediu-lhe para que suplicasse a Deus pelo fim do flagelo que atingia a cidade. Roque fez a oração e sentindo que alcançara a graça, convidou o cardeal a agradecê-la juntamente com ele. Mas esse fato se creditou à virtude do Santo.
 
Permaneceu em Roma por três anos, praticando a caridade na assistência aos enfermos. Ao retornar à França, foi passando por localidades da Itália, onde já havia estado. Ficou por alguns anos nas cidades da Lombardia, tratando os doentes a quem, muitas vezes, curava com o sinal da cruz.
 
Em Piacenza (Palencia), acabou por contrair a doença. Certa noite despertou com febre e dor aguda na perna esquerda, o que o fazia gritar. A violência do mal não lhe permitia tranqüilidade interior. Para não perturbar com seus gritos os outros doentes do hospital, dirigiu-se para fora da cidade, à entrada de um bosque, onde encontrou uma pequena choça que lhe serviu de abrigo. Esse foi seu refúgio para não perturbar ninguém.
 
Com a graça de Deus, Roque viu brotar perto da cabana, um manancial de água cristalina. Com ela, sentia mais alívio, ao lavar suas feridas. Se não fosse um cão que todos os dias lhe trazia pão roubado da mesa do dono, teria morrido de fome. O dono do cão, intrigado com a regularidade com que este lhe roubava o pão, seguiu-o certa vez, pela floresta, encontrando Roque, de quem tornou-se amigo, fazendo o possível para ajudá-lo.
 
Curado da peste, Roque dirigiu-se para à França a fim de liquidar o restante de seus bens. Montepellier estava em guerra civil quando lá chegou. Tido como espião, foi levado à presença do governador que era seu tio. Diante dele, sequer afirmou sua identidade. Ninguém o reconheceu, pois os anos e a vida que levara alteraram-lhe a fisionomia e a aparência. Preso, ficou num calabouço escuro durante cinco anos. Seu alimento era pão e água, passando os dias em oração. Sua consolação estava em Deus e na Virgem Maria.  
 
Completamente abandonado Roque, falecia pouco depois. Era o dia 16 de agosto de 1327. Ao descer ao calabouço, o carcereiro viu uma luz muito brilhante saindo pelas brechas da cela. Abriu a porta e encontrou Roque morto, estendido no chão.
 
Difundiu-se pela cidade, rapidamente, a notícia de que havia falecido um Santo na prisão. Muitas pessoas dirigiram-se para lá. Entre os visitantes, estava também sua avó, que reconheceu o corpo de Roque por uma mancha cor de vinho, em forma de cruz, que ele tinha no peito.
 
Ao ter conhecimento de que o morto era seu sobrinho, o governador ficou inconsolável pela dureza com que o tratara e providenciou suntuosos funerais. O corpo de Roque foi conduzido triunfalmente pelas ruas da cidade, acompanhado de clero, nobreza e povo.
 
Em seu nome, logo aparecerem diversos e prodigiosos milagres. Durante o Concílio de Constança, em 1414, São Roque foi invocado contra a peste que tomara conta da cidade. A partir dessa data, o culto de São Roque se estendeu por toda a Europa, particularmente à Itália e à Flandres. Este culto foi solenemente confirmado pelo Papa Urbano VIII e por dois decretos da Sagrada Congregação dos Ritos de 16 de julho e 26 de novembro de 1629.
 
São Roque é geralmente representado em trajes de peregrino, por vezes com a vieira típica dos peregrinos de Compostela, e com um longo bordão do qual pende uma cabaça. Um dos joelhos é geralmente mostrado desnudado, sendo visível uma ferida (bubão da peste). Por vezes é acompanhado por um cão, que aparece a seu lado trazendo-lhe na boca um pão.
 
 
OMULU-OBALUAIÊ
 
 
ORAÇÃO A OBALUAIÊ
 
Salve o Senhor o Rei da Terra!
Médico da Umbanda, Senhor da Cura de todos os males do corpo e da alma.
Pai da riqueza e da bem-aventurança.
Em ti deposito minhas dores e amarguras, rogando-te as bênçãos de saúde, paz e prosperidade.
Faz-me digno de merecer todo dia e toda noite, vossas bênçãos de luz e misericórdia.
Oh, Mestre da Vida,
Vós é o limitador das enfermidades.
Suplicamos sua misericórdia aos males que nos afetam!
Que suas chagas abriguem nossas dores e sofrimentos.
Concede-nos corpos sadios e almas serenas.
Mestre da Cura, amenize nossos sofrimentos que escolhemos resgatar nessa encarnação!

ATOTÔ
ATOTÔ OBALUAIÊ!
 
 
“Casinha branca, casinha branca,
que eu mandei fazer 
para oferecer a meu pai Omulu,
meu pai Omulu, seu Atotô Obaluaiê 
oi salve Mamãe Oxum!
Saluba Nanã Buruquê!
Salve Atotô Obaluaiê...”
 
No dia 16 de Agosto, festeja-se Omulu/Obaluaiê na Umbanda. O sincretismo com São Roque dá-se pela representação desse santo apresentar chagas em seu corpo, e por serem cultuados os Orixás Omulu e Obaluaiê como as energias responsáveis tanto pelas doenças como por sua cura.
 
O nome desses Orixás está relacionado ao "rei e dono da terra". Sua veste é representada em palha e esconde o segredo da vida e da morte. Está relacionado à terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol.
 
Energias Divinas cultuadas desde o Antigo Egito, os Orixás Omulu e Obaluaiê sempre estiveram presentes nas diversas culturas, através da figura do “Anjo da Morte”, do “Ceifador de Vidas”. Na África, essas energias eram consideradas como os Senhores da Vida e da Morte, dependendo do culto seguido. Quando os negros africanos  aqui chegaram, trouxeram em sua bagagem esse conhecimento adquirido ao longo dos tempos, legando a esses Orixás os domínios sobre a morte, as doenças e à medicina.
 
É muito comum, no culto umbandista, os terreiros não fazerem diferenciação entre a energia dos Orixás Obaluaiê e Omulu. No entanto, existem características distintas em cada uma dessas emanações do Criador. Provavelmente a confusão que existe em relação a essas duas Forças Cósmicas deriva do fato de que ambos os Orixás, Omulu e Obaluaiê, regem as energias relacionadas à vida e morte dos espíritos encarnados.
 
No aspecto relativo à morte, o Orixá Omulu é aquele que nos encaminha após nosso desencarne até o nosso local de destino, até que nos deparemos com o resultado de nossa última existência carnal. Seus falangeiros são os espíritos que atuam na hora da libertação da matéria. É por isso que a energia desse Orixá está presente em cemitérios, hospitais, necrotérios, etc.

Já a energia que recebe o nome de Obaluaiê, juntamente com a energia do Orixá Nanã, é encarregado de trazer o espírito à nova vida que irá ter na matéria. Obaluaiê é o Senhor das Passagens. Seus falangeiros respondem pela elaboração do projeto da nova encarnação do espírito, fazendo a redução do perispírito até o tamanho fetal,   atuando na ligação do espírito ao corpo, após a fecundação, fixando-o ao útero materno para o desenvolvimento com vida e posterior nascimento.
 
Obaluaiê, assim como Omulu, traz a cura para as nossas doenças. É a energia de Obaluaiê que possibilita a atuação dos médicos e profissionais de saúde para trazerem o alívio necessário às dores dos que sofrem.

Cores: branco e preto, suas contas são feitas intercalando essas duas cores.
Oferenda: Velas brancas e brancas/pretas; vinho rosé licoroso, água potável; coco fatiado coberto com mel e pipocas; rosas, margaridas e crisântemos, tudo depositado no cruzeiro do cemitério, à beira-mar ou à beira de um lago.
Sincretismo: é identificado com São Lázaro e São Roque, sua comemoração se faz no dia 16 de agosto (Obaluaiê) e 02 de novembro (Omulu). 
Saudação: Atotô. 
Dia da semana: segunda-feira.
 
(trechos extraídos da Apostila Genuína Umbanda, Volume II - Os Orixás)

Texto de Lara Lannes


AS ERVAS NA UMBANDA

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“Sem folha não tem sonho
Sem folha não tem vida
Sem folha não tem nada

Quem é você e o que faz por aqui
Eu guardo a luz das estrelas
A alma de cada folha...” -
Salve as Folhas (Gerônimo / Ildásio Tavares)

Autor: Lara Lannes - Genuina Umbanda


Na liturgia e nos rituais de Umbanda, vemos o uso de ervas seja na forma de amacís, imantações, banhos de descarga, etc. Isso porque as ervas detém grande quantidade de energia vital, no elemento vegetal, que através de suas combinações podem produzir determinado efeito positivo ou negativo, como tudo que é energia no Universo.

As ervas possuem forte poder para atuarem em nossa aura, em nosso campo energético, fato este já conhecido pelos indígenas, e demais povos ancestrais que já as utilizavam para diversos fins.

Como já dito, através do uso de sua energia as ervas podem ser classificadas quanto aos seus efeitos, sejam positivos, negativos ou neutros. Diante desse conhecimento, a Umbanda utiliza-se desse elemento para desenvolver seus rituais, seus descarregos, curas ou fortalecimentos, tudo comandado pelas entidades espirituais que determinam o uso apropriado do elemento vegetal conforme o caso.

Uma das formas de utilização das ervas na Umbanda, são na forma de banho. Os banhos de descarrego são usados para eliminar vibrações negativas, limpando o perispírito de miasmas negativos, magia negativa ou mesmo da influência de obsessores. Os banhos de fixação, para adquirir vibrações positivas, vitalizando os chacras do médium de energia positiva para fortalecimento dos processos mediúnicos ou de ligação do espírito encarnado com seus guias e entidades atuantes.

O uso destes banhos são de grande importância e depende do conhecimento e uso de ervas e raízes, nas suas diferentes qualidades e afinidades, que devem entrar na composição dos mesmos, não se podendo facilitar quanto a isso.

Geralmente para banhos deve-se usar as ervas frescas, e este deve ser preparado dentro de um ritual, o qual consiste em:

1. Nunca ferver as folhas junto com a água.

2. As folhas devem ser maceradas ou quinadas e colocadas em vasilhas de louça, ágata ou potes de barro.

3. Em alguns casos, quando não houver necessidade de água quente, as ervas devem ser quinadas diretamente sobre a água.

4.É conveniente usar sempre água de boa qualidade, como pôr exemplo: água de mina, de poço ou água mineral.

Ocorre uma diferenciação, também, na forma em que se deve tomar o banho. No de descarrego, deve-se molhar do pescoço para baixo, jamais a cabeça; já no banho de fixação, este deve ser tomado de corpo inteiro. Não se deve enxugar o corpo totalmente após os banhos indicados na Umbanda, para que haja maior captação ou eliminação da energia propiciada pelas ervas usadas no banho.

Deve-se, após o banho, as ervas utilizadas serem jogadas, de preferência em lugares de água corrente, como rios ou mar.

Há banhos para todos os Orixás e Entidades e muitos banhos têm dia e hora certos para tomar.

As ervas são também usadas no ritual do amaci, Amaci é um banho de ervas que se faz no médium iniciante na Umbanda com as ervas específicas do Orixá de cabeça do médium, este banho é dado inclusive na cabeça do médium e tem a finalidade de limpar o campo astral e preparar o médium para entrar na corrente mediúnica, é uma preparação, uma espécie de primeira confirmação do médium na corrente mediúnica, é um vínculo energético do médium com o seu Orixá, com a casa e com o seu Babalorixá porque somente o Babá pode dar este banho e colocar a mão na cabeça do médium. A partir deste ponto o médium é um médium de Umbanda e está energeticamente vinculado ao seu Orixá.

Também visa propiciar ao médium maior contato com seus Orixás de Coroa, devendo o dirigente do templo colher as ervas de todos os Orixás, uma de cada pelo menos, e colocá-las quinadas dentro do preparo que será feito com as quatro águas (mar, cachoeira, chuva e fonte/mineral), com 3 (três) dias de antecedência do ritual do Amaci.

Além do amaci conforme descrito anteriormente, ao qual o médium se submete ao entrar para um templo de umbanda, anualmente é feito este ritual com a finalidade de preparar o médium para receber as energias vibrantes do terreiro, além de oferecer ao filho de fé a limpeza de seu campo áurico, bem como confirmar as entidades trabalhadoras da coroa daquele médium.

As Plantas dos Orixás se dividem em positivas, negativas ou neutras:

POSITIVAS: são ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser intrinsecamente usadas para outro tipo de trabalho.
NEUTRAS: são todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o efeito de outras ervas, o efeito de doenças, assim como o efeito de vibrações negativas e/ou positivas.
NEGATIVAS: são ervas usadas explicitamente para negativar.

A erva é sempre positiva quando colhida nos dois primeiros dias da lunação respectiva; a dita erva torna-se neutra quando colhida nos 3o , 4o e 5o dias da lunação, e negativa quando colhida nos 6o e 7o dias da lunação. Diz-se Dia de Lunação, porque as ervas devem ser colhidas das 6hs às 18hs, portanto sob o efeito dos raios solares (apesar de regidas pelas fases da lua). Jamais deve-se colher uma erva antes das 6hs ou depois das 18hs, como também, nunca se deve plantar qualquer erva no mesmo período.

Abaixo estão relacionadas as ervas mais conhecidas e usadas na Umbanda para banhos e outras finalidades:

Xangô - Levante ou Elevante; Quebra-Pedra; Fortuna ; Erva Lírio; Pata de Vaca; Pára-Raio; Gervão Roxo; Manjericão Branco; Erva de Santa Maria; Malva Branca; Sucupira; Limoeiro; Café; Alecrim do Mato, entre outras.

Ogum - Espada de São Jorge; Peregum Folhas Amarelas e Verdes; São Gonçalinho; Aroeira; Vence-Demanda; Comigo-Ninguém-Pode; Romã; Jurubeba; Mangueira; Pinheiro; Goiabeira; Abacateiro; Canela, entre outras.

Obaluaiê (Omulu) - Hera; Canela de Velho; Assa-Peixe; Erva-de-Passarinho; Levante ou Alevante; Jurubeba; Manjericão Roxo; Camomila; Babosa; Mamona Branca; Aroeira; Jamelão; Carnaúba, entre outras.

Yemanjá - Manjericão; Colônia; Saião; Levante; Jasmim; Malva Rosa; Lágrimas de Nossa Senhora; Pata de Vaca; Parreira; Camomila ou Macela; Poeijo; Trevo; Violeta; Boldo; Alaga Marinha; Gerânio, entre outras.

Oxossi - Alecrim do Campo; Peregun Verde; Mangueira; Chapéu de Coro; Abre Caminho; Vence-Demandas; Jureminha; Erva Doce; Pitangueira; Romã; Sabugueiro; Malva Rosa; Levante; Capm Limão; Violeta, entre outras.

Nanã - Erva Quaresma; Manjericão; Agoniada; Mostarda; Agrião; Bertalha; Espinafre; Hortênsia; Cedinho; Erva-Cidreira; Camomila; Beringela; Erva-Mate; Avenca; Jaqueira; Cavalinha, entre outras.

Oxum - Jasmim; Erva -Cidreira; Colônia; Agoniada; Camomila; Lágrimas de Nossa Senhora; Erva Doce; Lírio Amarelo; Mamão; Boldo; Vitória-Régia;Gengibre;Melancia;Agrião; Melão; Coentro; Celidônia, entre outras.

Yansã - Pára-Raio; Dormideira; Erva Santa Bárbara; Cana do Brejo; Erva Prata; Gervão Roxo; Anil.; Violeta; Losna; Arruda; Orquídea; Mal-me-quer; Alfazema; Anil; Cipó Azogue; Alfazema de Caboclo, entre outras.

Ibeji - Amoreira; Anil; Alfazema; Abre-Caminhos; Parreira; Colônia; Erva-Cidreira; Pitangueira; Camomila; Erva Doce; Cajá; Morango; Capim Limão; Lírio; Benjoim; Tangerina; Fruta de Conde; Hortelão, entre outras.

Exú - Vassourinha; Fumo; Babosa; Tiririca; Bananeira; Pinhão Roxo; Vence-Demandas; Comigo-Ninguém-Pode; Jurubeba; Urtiga; Amendoeira; Bambu, entre outras.

Folhas Litúrgicas no Candomblé

Èsù

Odun-dun - Folha-da-costa
Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Pepé - Malmequer bravo
Labre - Tiririca
Kanan-kanan - Folha de bobó
Kan-kan - Cansanção de porco
Inã - Cansanção branco de leite
Aberê - Picão-da-praia, carrapicho-de-agulha

Ogún

Mariwô Folha de palmeira de dendê 
Ìróko Folha-de-loko
Pepé Malmequer bravo
Teterégún Canela-de-macaco
Monam Parietária
Aferê Mutamba
Piperégún Nativo
Obô Rama de leite
Eregê Erva-tostão, graminha
Ibin Folha-de-bicho
Afoman Erva-de-passarinho
Omun Bredo
Orin-rin Alfavaquinha
Odun-dun Folha-da-costa (saião)
Teté Bredo sem espinhos
Já Capeba
Anó-peipa Cipó-chumbo

OSÓÒSÌ

Teté - Bredo sem espinhos
Orin-rin - Alfavaquinha
Odun-dun - Folha-da-costa
Jacomijé - Jarrinha 
Irekê-omin - Dandá do brejo
Piperégún - Nativo
Junçá - Espada de Ògún
Ìróko - Folha de loko
Mariwô - Folha de dendezêiro
Irum-perlêmin - Capim cabeludo
Akoko
Fitiba - Cana-fita
Monam - Parietária

Òsányín

Ganucô - Língua de galinha
Obô - Rama de leite
Aferé - Mutamba
Tolu-tolu  - Papinho-de-peru
Monam - Parietária
Jamin - Cajá
Bala - Taioba
Teterégún - Canela-de-macaco
Timim - Folha de neve branca, cana-do-brejo
Pepé - Malmequer bravo
Mariwô - Folha de dendezeiro
Awô-pupa - Cipó-chumbo
Junçá - Espada de Ògún
Piperégún - Nativo
Arê-agê - Tostão
Simim-simim - Vassourinha
Afoman - Erva-de-passarinho
Omim - Alfavaquinha
Teté - Bredo sem espinho
Odum-dum - Folha-da-Costa

ÒSÙMÀRÈ

Ìróko - Folha de Ìróko
Monan  - Parietária, brotozinho
Bala  - Taioba
Jamin  - Cajá
Aberê-ejó  - Pente de Òsúmarè
Aferê  - Mutamba
Obô  - Rama de leite
Exibatá - Golfo redondo do monam
Jacomijé - Jarrinha
Tinim - Folha da neve branca, cana-de-brejo
Peculé - Mariazinha
Tolu-tolu - Papinho-de-peru

XANGO

Teté - Bredo sem espinhos
Orin-rin - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha da costa
Jacomijé - Jarrinha
Bamba - Folha de mibamba
Alapá - Folha de capitão
Pepê - Folha de loko
Oicô - Folha de caruru
Xerê-obá - Chocalho de xangô
Oxé-obá - Birreiro
Monan - Parietária
Aferé - Mutamba
Obô - Rama de Leite
Odidí - Bico-de-papagaio
Obaya - Beti-cheiroso - macho ou fêmea

OYÁ

Teté - Bredo sem espinho
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha-da-costa
Jacomijé - Jarrinha
Afomam - Erva-de-passarinho
Abauba - Folha de imbaúba 
Tepola - Pega pinto
Eregê - Erva-tostão
Já - Capeba
Obayá - Beti-cheiroso
Piperégún - Nativo
Ìróko - Folha de loko
Pepé - Malmequer
Teterégún - Canela-de-macaco
Junça - Espada de Ògún
Adimum-ade-run - Folha de fogo
Obe-cemi-oia - Espada de Oyámésèèsán rosa
Monan - Parietária
Bala - Taioba
Jamim - Cajá
Aferé - Mutamba
Gunoco - Língua-de-galinha
Obô - Rama de lei  

OXUM

Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha da costa
Efim - Malva branca
Omim - Beldroega
Já - Capeba
Ìróko - Folha de loko
Pepe - Malmequer branco
Teterégún - Canela de macaco
Monan - Parietária
Jamin - Cajá
Tolu-tolu - Papinho de peru
Aferé - Mutamba
Eim-dum-dum - Folha da fortuna
Obô - Rama de leite
Omin-ojú - Golfo branco
Ilerin - Folha de vintém

YEMANJÁ

Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha da costa
Efim - Malva branca
Omin-ojú - Golfo branco
Jacomijé - Jarrinha
Ibin - Folha de bicho
Já - Capeba
Obaya - Beti-cheiroso
Ìróko - Folha de loko
Tinin - Folha de neve branca, cana-do-brejo
Ereximominpala - Golfo de baronesa
Teterégún - Canela de macaco
Monam - Parietária
Jamim - Cajá
Obô - Rama de leite

OBALUAIÊ

Monam Parietária - brotozinho
Bala - Taioba
Jamim - Cajá
Aferé - Mutamba
Obó - Rama de leite
Exibatá - Ovo redondo de monãn
Jakomijé - Jarrinha
Afoxian - Erva de passarinho
Já - Capeba
Turin - Folha de neve branca
Pekulé - Mariazinha
Tolu-tolu - Papinho de peru

NANÃ

Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha da costa
Exibatá - Golfo redondo de manam 
Jacomijé - Jarrinha
Afoman - Erva de passarinho
Já - Capeba
Timim - Folha de neve branca, cana-do-brejo
Peculé - Parioba
Bala - Taioba
Jamim - Cajá
Aferé - Mutamba
Obô - Rama de leite

OXALÁ

Teté - Bredo sem espinhos
Orim-rim - Alfavaquinha
Odum-dum - Folha-da-costa
Ibim - Folha de bicho
Efim - Malva branca
Ilerim - Folha de vintém
Omim - Beldroega
Omim-ojú - Golfo branco
Jacomijé - Jarrinha
Tinin - Folha de neve branca, cana-do-brejo
Pachorô - Folha da costa branca
Monam - Parietária
Peculé - Parioba
Bala - Taioba
Jamim - Cajá
Ori-dum-dum - Folha da fortuna
Aferê - Mutamba 
Obô - Rama de leite 
Omim-ibá-ojú - Folha de leite




Pessoal para quem tiver interesse e queira saber mais temos um livro no nosso site do ISSUU que contém varios banhos e ervas com suas finalidades, segue links para quem interessar:

http://issuu.com/grupodeestudosfernandodeogum/docs/ervas-e-orixas-na-umbanda?e=9548164/8990403

http://issuu.com/grupodeestudosfernandodeogum/docs/ervas_dos_orix__s_fernando_de_ogum?e=9548164/8990423

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O “Passe Espírita” e o “Passe Umbandista”

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O “Passe Espírita” e o “Passe Umbandista”
“A um médium é solicitado que conheça o mínimo indispensável para que possa realizar as práticas de Umbanda e seus rituais. Também é exigido que estude um pouco, porque só assim, entenderá tudo o que acontece dentro de um templo de Umbanda durante a realização das giras de trabalho.” 
Rubens Saraceni [1]

A palavra “passe” tem origem no Espiritismo, codificado por Allan Kardec, e traz a idéia de “passar” ou “transmitir” algo a alguém. A doutrina codificada por Kardec tem base cristã e encontra no Evangelho as muitas passagens em que Jesus cura as pessoas e “expulsa” espíritos indesejados por meio da imposição de mãos. Algo que vamos encontrar em muitas outras culturas como a egípcia, a grega, a celta, a chinesa, a indiana ou em tradições indígenas e xamãnicas. Estudiosos do passado e do presente se debruçam sobre os fundamentos científicos das técnicas de “passe magnético”, desde Hermes Trimegistro, Fo-Hi, Asclépio, Pitágoras, Hipócrates, Paracelso, Van Helmont, Mesmer, Du Potet e outros.
Na obra de Allan Kardec vamos encontrar (A Gênese, Cap. XIV, 1:14, 15 e 18) a descrição dos “Fluidos” e sua manipulação:
Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas por meio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os Espíritos o que a mão é para os homens...

Pode-se dizer, sem receio de errar, que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros...
pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados; transmite-se de Espírito a Espírito pelo mesmo veículo, e, conforme sua boa ou má qualidade, saneia ou vicia os fluidos circundantes...
No “Passe Espírita” o médium manipula estes fluidos por meio de técnicas que foram se desenvolvendo com o tempo. Aqui no Brasil devemos, principalmente, a Bezerra de Menezes e Edgard Armond, o método já consagrado e largamente utilizado em boa parte dos “Centros Espíritas”.
A padronização dos passes e outras práticas doutrinárias... foram providências adotadas na Federação Espírita dos Estado de São Paulo para efetivar a unidade das práticas espíritas, assunto de alta relevância, levado ao Congresso de Unificação realizado em 1947 nesta Capital.
Estas são as palavras que “prefaciam” o título Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura de autoria de Edgard Armond, 1950.

Podemos dizer que o conteúdo deste livro norteou e norteia até hoje o método e técnicas utilizadas no Espiritismo Brasileiro, em que o “Passe Magnético” subdivide-se por categorias como P1, P2, P3, P4. Além do Passe de Limpeza e da Auto Cura. A realização destes passes é feita por qualquer pessoa de boa vontade que tenha estudado o método, para algumas situações, no entanto é necessário certa sensibilidade ou dom mediúnico. A maioria dos métodos é explicada por uma corrente de energia/magnetismo e fluidos que estabelecem um circuito de forças entre “operador passista” e consulente (assistido). Dentro do processo são definidos alguns conceitos como a polaridade das mãos (direita = positiva, esquerda = negativa) e os centros de força, denominados de chacras por influência oriental, assim como a importância de um conhecimento básico sobre a fisiologia do corpo material e espiritual.
“Quando o Espírito é de elevada categoria, possui grande poder curativo, muito diferente e muito melhor que o que possui o magnetizador encarnado.” 
Edgard Armond [2]

O “Passe Umbandista” não é apenas um “passe magnético” ou material e sim um “Passe Espiritual”, aplicado por um espírito. Assim como Edgard Armond classificou diferentes métodos de aplicação do Passe Magnético para diferentes necessidades, também os espíritos que se manifestam na Umbanda aplicam métodos variados de acordo com a necessidade de cada consulente, dentro dos variados recursos que cada espírito guia entidade/mentor, possui. Sem esquecer que cada um recebe na medida de seu merecimento e afinidade, podendo um encarnado bloquear uma ação positiva direcionada a ele mesmo como conseqüência de sua postura mental. Pois muitos merecem, mas não estão abertos emocionalmente ou psicologicamente para receber o que a espiritualidade lhe oferece, por vários motivos como descrença, irritação, mentalidade critica e posturas interesseiras desfocadas de um objetivo espiritual.
O “Passe Umbandista”, para além de “Passe Espiritual”, pode ser definido como a aplicação de um conjunto de técnicas mágico-religiosas, além de explorar todos os recursos possíveis de imposição de mãos, utiliza elementos e técnicas variadas e até inusitadas.
“Porém, enquanto nos centros espíritas usa-se o passe magnético, nos centros de Umbanda também se recorre aos passes energéticos, quando são usados diversos materiais (fumo, água, ervas, pedras ou colares, etc.) que descarregam os acúmulos negativos alojados nesses campos eletro-magnéticos... Nem sempre o que parece folclore ou exibicionismo realmente o é. Se os mentores dos médiuns de Umbanda exigem determinados colares de pedras, eles sabem para que servem e dominam seu magnetismo, assim como as energias minerais cristalinas irradiadas pelas pedras. Ervas e fumo, quando potencializadas com energias etéreas pelos mentores, também se tornam poderosos limpadores de campos eletromagnéticos.”
Rubens Saraceni [3]

A finalidade é de alcançar maior êxito de acordo com as necessidades, o merecimento e os recursos disponíveis. Cada entidade tem a liberdade de aplicar a técnica que lhe aprouver, desde que dentro dos limites de ética, bom senso e respeito. Embora haja um conjunto de métodos e recursos característicos da Umbanda. Muitas entidades, em especial os pretos velhos, por exemplo, realizam o benzimento, que se distingue do “Passe Magnético”, por empregar uma ação mais relacionada ao poder do verbo, elementos e simbologia, considerada “Magia Popular”. Também é possível identificar métodos complexos de Magia Riscada (Magia de Pemba), abrindo espaços mágicos (Pontos Riscados) que muitas vezes lembram Mandalas do Hinduismo ou mesmo Fórmulas Cabalisticas da Real Arte Simbólica e Mística Hebraica entre outras práticas de Ocultismo e Hermetismo. Entre os elementos mais utilizados podemos identificar velas, água, óleo, pedras, essências, fumo, ervas, tecidos, ponteiros e a citada pemba (giz utilizado para traçar símbolos), dentro de um ambiente de terreiro, mágico-religioso por natureza. Nos métodos se observam rezas, orações, preces, evocações, invocações, determinações e fórmulas mágico-religiosas associadas a banhos, defumações, oferendas e outros.
Todos estes recursos estão mais ou menos associados ao “Passe Umbandista”, no qual se cria um ambiente de Som, Cores, Aromas e Luzes, capaz de inebriar de forma positiva todos os cinco sentidos do consulente a fim de conduzi-lo a certo estado de consciência desejado.
Durante o “Passe Umbandista” observamos a entidade espiritual fazer a imposição de mãos, segurar velas direcionadas aos chakras ou traçando movimentos no ar, colocam colares (guias) no pescoço do consulente ou o colocam dentro da mesma em circulo no chão. Atiram ponteiros em pontos riscados, fazem gestos rituais e movimentos com os pés e mãos que nos faz crer na “Magia Gestual”. Em meio a tantos recursos, que nos encantam e fascinam, nos chama a atenção, em especial, o estalar de dedos, bem característico em quase todas as linhas de trabalho. Muitas pesquisas e especulações já foram realizadas sobre esta prática, entre elas são identificadas as energias que existem na ponta de cada um dos dedos da mão, que são pequenos chakras ou vórtices de energia (“chacrinhas”), e, o “choque” vibratório desencadeado no ar quando o dedo médio estala sobre a região da mão chamada de “monte de Vênus”, causando vibração astral e sonora o que desperta certa energia dentro do campo em que está atuando. Este “Estalar de Energias” pode assumir contextos vaiados de acordo com o que esteja associado, por meio do pensamento ou movimentos. Além deste contexto pode-se usar o estalar de dedos como um simples gesto de descarregar as energias absorvidas pelas palmas das mãos. Um caboclo ou outro espírito guia eleva sua mão ao alto (ou ao lado) buscando certa energia que será irradiada ao consulente, num movimento rápido, ao mesmo tempo em que transmite esta energia positiva, retira os eflúvios negativos e os “descarrega” com um estalar de dedos. Os movimentos longitudinais, transversais e circulares também foram descritos na obra de Edgard Armond, em que: Os passes longitudinais movimentam os fluidos, os transversais os dispersam e os circulares e as imposições de mãos os concentram, o mesmo sucedendo com o sopro quente. Este último merecendo ainda um estudo à parte.

No entanto pode-se associar procedimentos mais ou menos magísticos com os mesmos, ou seja, a relação entre estalos e números com o poder de realização que cada um deles possui, aplicando-se seqüências de estalos que podem variar, por exemplo, de 2x3,3x3,4x3 ou ainda estalos que desenham formas geométricas no ar. Lembrando que a aplicação de símbolos associados a idéias e intenções, com suas respectivas invocações é a mais explicita “magia simbólica”, encontrada nas mais variadas culturas. Assim seqüências de estalos “desenham” no ar, cruzes, estrelas e círculos; firmando ou estabelecendo pontos e espaços vibratórios, aos quais podem ter função nesta realidade ou abrir portais para outras realidades.
Muito mais poderíamos escrever sobre o “Passe Umbandista” e seus recursos, no entanto não pretendemos em um único artigo esgotar o que é inesgotável. Fica aqui um comentário final sobre a importância do estudo, não para complicar o que é realizado de forma tão simples por nossos guias de Umbanda, mas com a finalidade de compreendermos o que eles realizam, com a consciência de que eles sim estudam e estudaram muito para realizar este trabalho espiritual. Não estudamos por um movimento do Ego ou para substituir a presença dos mesmos, mas para lhes oferecer maiores recursos psíquicos, espirituais e materiais. Estudamos para ver o quanto somos ainda “neófitos” (aprendizes) nesta senda, em que Caboclo (a), Preto Velho (a), Baiano (a), Boiadeiro (a), Marinheiro (a), Cigano (a), Exu e Pomba Gira são nossos Mestres.
Notas:

[1] Rubens Saraceni. Código de Umbanda. São Paulo: Ed. Madras, 2006. P.79
[2] Edgard Armond. Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura. São Paulo: Ed. Aliança, 1997. P. 85
[3] Rubens Saraceni. Código de Umbanda. São Paulo: Ed. Madras, 2006. P. 101

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Erê Pedrinho da Cachoeira

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Sua história é muito bonita, morava em uma cabana no interior, viveu sempre uma vida humilde, com seus irmãos, não tinha brinquedos como os meninos da cidade, e fazia os seus com madeira e tudo que achava no caminho, gostava de nadar, por isso vivia sempre no rio, próximo a cachoeira, seus dias eram de brincar e cuidar da sua irmã mais nova, pois todos seus familiares trabalhavam na lavoura para produzirem seus sustento, sempre foi uma criança feliz, e cuidava da natureza, não maltratava os animais e gostava de brincar nas matas, aprendeu cedo a cuidar dos animais machucados, usava as raízes e plantas que sua mãe ensinou para trata-los, sua infância terminou aos 12 anos, quando certo dia, adoeceu, por mais que as rezadoras da região tentaram cura-lo nada sutil efeito, era dia de chuva intensa quando deitado ainda na cama doente seu cão lambeu-lhe o rosto, a partir deste momento desencarnou e o tempo começou a melhorar, na pequena janela do quarto onde jazia muitos pássaros se amontoavam e em silencio espiavam seu pequeno médico ir-se embora, sua irmã, chorou e saiu sentando-se a beira do rio, de repente flores apareciam na correnteza branda, ela começou a segui-las, indo de encontro a cachoeira, ali espantou-se quando notará que as flores caiam em forma suave uma a uma escorregando entre as gotas de água, algumas muito leves quase pairavam no ar, até que uma veio em sua direção, pousando lentamente em sua mão, sua irmão morreu muito velhinha e esta história contava a todos seus filhos em seu terreiro espírita.


As palavras de uma criança que um dia viveu aqui entre nós:


Queridos tios, a vida de vocês é como se buscassem sempre algo para completar a felicidade, mas esquecem de que para ser feliz não precisa buscar em algo material, e sim buscar a felicidade dentro de nosso coração, voltar as vezes a ser criança, lembrá?
Naquele tempo você era feliz com coisas tão simples, procurava sempre estar entre seus amigos, agorá porque procura ficar sozinho?
Felicidade é amar as pessoas como se fosse eterno aquele momento, quando um dia você estiver triste somente um grande amigo poderá trazer seu sorriso de volta, ser criança sempre é ser feliz, sorrir junto com um amigo é sorrir em dobro.


A doçura e o amor sempre complementaram minha vida então adora pirulito de coração.


Esta história foi psicografada pelo próprio Pedrinho da Cachoeira, medium Emidio de Ogum.

Fonte: Espada de Ogum


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Erês Toninho e Tininha

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Os irmãozinhos travessos!

Toninho nasceu no dia 13 de junho de 1873, em Vicenza, no norte da Itália e, por isso, foi chamado Antônio. Sua irmã Catarina, nasceu um e meio depois, em 25 de novembro, no dia de Santa Catarina de Alexandria e, por isso, foi chamada Catarina. Os pais dos dois trabalhavam como agricultores e também cultivavam flores e frutos da estação. Como eram católicos fervorosos, sempre presenteavam flores e frutos à Igreja, nas festas comemorativas. Os produtos eram vendidos nas feiras da região. Os dois irmãos eram muito unidos e desde cedo gostavam de ajudar os pais, pois assim podiam ver as pessoas na feira e passear.
A situação econômica de toda a Itália começou a se  deteriorar nessa época e o norte foi a primeira área a ser atingida. A industrialização foi implantada, deixando os agricultores sem renda e sem mercado para colocar seus produtos. Por causa disso, do norte da Itália saíram as famílias rumo ao sul do Brasil, para recomeçar a vida em terra nova. Foi assim, que as famílias de Vicenzo chegaram no Rio Grande do Sul. Toninho e Tininha, estavam com 9 e 7 anos na época e nunca haviam viajado... Eles estavam adorando vivenciar tudo aquilo! Quando chegaram em solo brasileiro, seus pais imediatamente conseguiram emprego em fazendas próximas de Porto Alegre e se estabeleceram.
O clima era parecido e haviam pessoas conhecidas por perto, então a família "Vicenzo" não se sentiu só. A região gaúcha onde a fazenda estava instalada era banhada por muitos rios, córregos e cachoeiras; possuía uma vinícola e muitas plantações diversas. Toninho e Tininha se divertiam muito passeando pelas plantações e brincando na cachoeira. Um dia porém, durante um passeio a cavalo, uma cobra cruzou o caminho deles. O cavalo assustou-se e saiu em disparada, derrubando as duas crianças. Anoiteceu e as crianças não voltavam e os pais preocuparam-se. Todos os trabalhadores da fazenda ajudaram na busca, pois começou a chover fortemente. Quando conseguiram encontrar as crianças, o dia já estava amanhecendo e os dois ardiam em febre. Eles haviam caído do cavalo e se ferido gravemente. O fazendeiro usou todos os seus recursos para auxiliar a família. Um médico veio da capital, mas de nada adiantou. Os dois faleceram dois dias depois de pneumonia.
O pais ficaram inconsoláveis de tristeza. Então numa noite eles sonharam com as crianças que diziam: "- Mamãe, papai, não se preocupem, estamos bem e vamos ajudar a proteger outras crianças. E você não ficarão sozinhos, logo terão outros filhos." Quando os dois acordaram, constataram que tiveram o mesmo sonho. Um ano depois, a mãe deu a luz gêmeos e por causa de um sonho que teve, deu o nome às crianças de Cosme e Damião.

Fonte: umbanda em paz

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Erê Margaridinha

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A Florzinha das Matas!
Margarida nasceu na tribo dos Guajiras no final do século XV, na península que hoje recebe esse nome, na atual Venezuela. Ela adorava correr atrás de borboletas e colher flores na mata, enquanto seus pais trabalhavam na pesca, no pastorio e na agricultura. Ela era uma menina alegre, que gostava de presentear flores a todos para deixá-los felizes. Então, alguns lhe chamavam "Florzinha" em sua língua nativa e outros lhe chamavam "Margaridinha", pois era a flor que mais crescia na região.
Florzinha ou Margaridinha, viveu até os oito anos. Em uma de suas correrias atrás de flores e borboletas, a menina caiu e se machucou em um cipó com espinhos. As feridas infeccionaram e a febre aumentou... E os pais não conseguiram curá-la com os recursos da época. Antes de morrer, a menina disse a todos: "- Não se preocupem, eu estou bem. Para onde eu vou têm muitas flores!" E se foi, para a tristeza de todos. Pouco tempo depois, no local onde ela foi enterrada cresceram muitas margaridas, de várias cores. E sempre que alguém estava triste, sentia-se o perfume de flores no ar: era a Florzinha Margarida alegrando novamente!



Fonte: umbanda em paz

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Erês Pedrinho e Zezinho

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Dois Cosminhos e uma história...
Pedro e José, nasceram em Niterói, Rio de Janeiro, em 1898. Eles possuíam alguns meses de diferença de idade e José era o mais velho. Eram filhos de pais imigrantes que estavam ajudando a construir o Rio de Janeiro da época. Os pais moravam na mesma vila e os meninos cresceram juntos, unidos como irmãos. Enquanto os pais trabalhavam no cais do porto, no embarque e desembarque de mercadorias, Pedro e José passavam o dia empinando pipa, jogando bolinha de gude e brincando com barquinhos no canal. As mães faziam pães e bolos para vender e podiam trabalhar sossegadas, pois os meninos eram de boa índole e jamais se metiam em confusão.
Todos os dias, na hora do almoço, os meninos iam ao cais levar o almoço para os pais. Era o ano de 1908 e eles estavam com dez anos. Em uma das visitas ao cais, Pedrinho e Zezinho se distraíram observando as embarcações e não perceberam um acidente em andamento. Um container carregado de carga explosiva despencou e explodiu, arrasando o quarteirão ao seu redor. Os meninos estavam próximos e foram atingidos pela explosão. Eles não resistiram aos ferimentos e morreram no mesmo local. As famílias sentiram muito a perda dos amigos, pois eles alegravam a comunidade onde moravam.
No mesmo ano em que os meninos morreram a Umbanda iniciava sua história na mesma região. Assim, como muitos espíritos que antes não podiam se apresentar em Centros Espíritas para trabalhar, as crianças puderam se manifestar nos terreiros e alegrar a todos os presentes. Segundo o Kardecismo, um espírito readquire sua aparência de adulto após o desencarne. As crianças da Umbanda são espíritos puros que mantêm sua aparência infantil para alegrar e atender os socorridos. A Umbanda respeita a individualidade de cada espírito, que procura manter a aparência que melhor lhe cabe após o desencarne. Uma vez Pai José de Aruanda usou a seguinte explicação ao ser inquirido por manter sua aprência de preto e velho: "- Por que usarei minha aparência de médico europeu, se foi como escravo que melhor evoluí?" Assim, também ocorre com as crianças...



Fonte: umbanda em paz

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Erê Matheus

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Um Cosminho europeu...
A história de Matheus pode ser contada a partir do final, pois sua morte foi noticiada em todo o mundo... Ele morreu no naufrágio do Titanic em 15 de abril de 1912, quando estava com 6 anos de idade. Seus pais eram imigrantes italianos, residindo temporariamente na Inglaterra, com o intuito de começar vida nova nas Américas. Eles faziam parte da população "pobre" do navio, que ocupavam a parte submersa, realizando tarefas diversas para custear a viagem.
Matheus falava fluentemente o inglês, pois era um menino inteligente e, com isso, andava entre a classe rica realizando serviços diversos e ganhando seus trocados. Seus pais temiam por sua vida, mas ele sempre retornava são e salvo. No dia da tragédia, como todos sabem, os ricos foram privilegiados e puderam escapar nos botes salva-vidas, enquanto os pobres ficaram à mercê da água gelada. Matheus estava com seus pais, no momento do acidente, mas perdeu-se deles durante a confusão. Quando o navio começou a afundar, conseguiu agarrar-se a um pedaço de madeira, mesmo assim, sucumbiu em função da hipotermia.
Matheus conversa pouco, pois é tímido, mas sorri muito e gosta de ajudar. Atua nas Linhas de Xangô e das Águas, purificando, limpando e energizando os ambientes.

Fonte: umbanda em paz


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Erê Aninha

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A Cosminha da Paz!
As Aninhas são Erês que trabalham para apaziguar os ambientes onde atuam. Além de proteger, elas promovem o equilíbrio emocional e a tranquilidade. Por isso, a pessoa que trabalha com uma "Aninha" não consegue brigar por qualquer coisa, pois a energia de cura desta Cosminha envolve e acalma a situação.
A Aninha desta Seara nasceu no estado do Maranhão de pai mulato e mãe indígena, no final do século XIX. Seu pai trabalhava no mangue, encontrando caranguejos e ela adorava acompanhá-lo. Sua mãe era tecelã e Aninha também sabia tecer juntamente com sua mãe. Aos oito anos era uma menina alegre e meiga, que compartilhava com os outros tudo o que possuía.
Um dia, ao sair de casa para acompanhar seu pai, sentiu-se mal, mas não se queixou. Passou o dia no mangue, mas quando voltou para casa, estava febril e tendo convulsões. Os recursos médicos eram escassos na época, principalmente para pessoas pobres, e seus pais não conseguiram encontrar auxílio. Aninha faleceu pela madrugada, sem que seus pais soubessem o que lhe acometeu. Na verdade, Aninha morreu em decorrência de meningite, uma doença que ainda não era controlada no começo do século XX.
Hoje, além de trabalhar na Umbanda protegendo crianças doentes, Aninha acompanha crianças que se sentem solitárias, passando-lhes uma energia de conforto espiritual em situações adversas... Salve todas as Aninhas: do Brejo, das Almas, do Açude, do Mangue, da Cachoeira, das Matas...!

Fonte: Umbanda em Paz

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Téssera

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Uma Cigana Encantada...

Téssera nasceu em 1538, na Irlanda do Norte, na Vila de Belfast, entre o Povo Celta, originário da Gália. Ela era uma druidesa, que dedicava seus dias ao Templo, em jejum e oração por seu povo, pois ela sabia que dias difíceis viriam para a Irlanda. O Povo Celta já havia sido atacado inúmeras vezes pelos Anglos Saxões, mas em todas elas resisitiram a conquista. Há milhares de anos as terras célticas eram objeto de cobiça dos povos europeus. E ainda existiam as Guerras entre os religiosos e a perseguição da Igreja. Foram anos difíceis para toda a Irlanda!
Téssera acordava antes do sol nascer, banhava-se nas águas do Templo dos Grandes Deuses, fazia suas oblações, comia seu pão e tomava sua água. Em seguida abastecia os óleos das luminárias do templo. Limpava e polia as imagens, recolhia as ofertas das visitações e distribuia os víveres entre o povo da aldeia. Esse ritual era diário e constante. E Téssera o praticava com alegria. Depois, ela sentava-se no Templo e atendia a todos que a procuravam pedindo conselhos, pois possuía o dom de ver e saber das coisas futuras. O Druída responsável pelo Templo sempre observava todas as druidesas em seus afazeres, para que nada faltasse no Templo do Sol e da Lua - como era conhecido o local.
Téssera viveu feliz por 25 anos, servindo ao Templo com amor e dedicação até que, em um ataque inesperado, todas as druidesas foram violentadas e degoladas por soldados da Coroa Inglesa. O Sacerdote Druida foi arrastado, amarrado aos cavalos e depois esquartejado. Seus pedaços foram pendurados em postes para serem vistos pela população. A religião celta estava chegando ao fim e um novo tempo se iniciava. Todos os carvalhos foram cortados e as casas dos aldeões foram incendiadas. Belfast iniciou uma nova história de lutas e guerras constantes, que perduraram séculos, entre os nativos e os religiosos (protestantes e republicanos). França e Inglaterra passaram a disputar o solo Irlandês e alianças político-religiosas foram implantadas.
Téssera, com suas companheiras druidesas, choraram lágrimas de sangue pela Irlanda, pois o solo ficou maculado por tantos massacres! Mas a evolução dos povos não mede a vida e a morte... E foi assim que Téssera desencarnou na religião céltica e se tonou mais uma trabalhadora umbandista.


Fonte: Umbanda em

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